Polícia dos costumes abolida no Irão

O Irão anunciou a abolição da polícia dos costumes no país. Uma força especial que prendia principalmente mulheres por não usarem o "hijab" - o véu islâmico - e não cumprirem as regras estabelecidas pelo país.
No entanto, o procurador-geral do Irão, Mohamad Jafar Montazeri, adiantou que o comportamento comunitário vai continuar a ser fiscalizado e destacou que a indumentária feminina continua a ser muito importante, principalmente nos espaços sagrados, mas que a ação legal só será utilizada como medida de último recurso.
Esta medida das autoridades iranianas é encarada como uma cedência ao movimento de protesto que se instalou no Irão desde 16 de setembro, depois da morte de Mahsa Amini. Uma jovem curda que morreu nas mãos da polícia, depois de ter sido detida por, alegadamente, usar o véu islâmico incorretamente.
As manifestações de caráter revolucionário exigiam o fim da República Islâmica devido à forte repressão policial vivida no país. Repressão que as pessoas em protesto sentiram bem de perto, de acordo com os números de organizações não governamentais internacionais, como a Iran Human Rights (IHR), aproximadamente 540 (448) pessoas morreram desde o início dos protestos no Irão.