Rússia acusada de "espantoso cinismo" na ONU por violar Acordos de Minsk

Embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya
Embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya Direitos de autor John Minchillo/Copyright 2022 The AP. All rights reserved.
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De  Euronews com LUSA
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Reunião do Conselho de Segurança da ONU foi convocada por Moscovo.

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Um “espantoso cinismo”. Foi com estas palavras que a delegação norte-americana na ONU descreveu o pedido da Rússia para a realização de um Conselho de Segurança. Moscovo quis reunir o organismo das Nações Unidas esta sexta-feira, por ocasião do oitavo aniversário dos Acordos de Minsk.

"As tentativas de distorcer a história não mudam o facto de que a Rússia é responsável pela sua agressão brutal contra a Ucrânia, apesar de treinar e liderar forças no leste ucraniano desde 2014. A Rússia há muito procura disfarçar e negar o seu papel no conflito. Mas agora podemos ver claramente quais eram em 2014 as suas intenções finais", disse o vice-representante dos Estados Unidos na ONU, Richard Mills.

A embaixadora do Reino Unido, Barbara Woodward, juntou-se ao coro de vozes críticas e acusou o presidente russo, Vladimir Putin, de "rasgar os Acordos de Minsk" ao assinar um decreto reconhecendo Luhansk e Donetsk como entidades independentes para posteriormente lançar uma invasão da Ucrânia, "espezinhando a Carta da ONU".

"Se a Rússia está comprometida com os acordos que assinou livremente, porque é que tentou unilateralmente anexar o território ucraniano, violando esses compromissos? Então, vou relatar-vos as lições que aprendemos: A Rússia mentiu. A Rússia planeava a guerra enquanto pedia diplomacia e desescalada, continua a escolher a morte e a destruição enquanto o mundo clama por uma paz justa", disse Woodward.

Quanto mais histórias as pessoas ouvirem hoje, sobre a Rússia não ter implementado o Tratado de Minsk, mais se vão aperceber de que não tivemos outra escolha senão a de proteger o nosso país, protegê-lo de vocês, de defender a nossa identidade, o nosso futuro
Vasily Nebenzya
Embaixador da Rússia na ONU

Rússia justifica violação dos Acordos de Minsk

O "Pacote de Medidas para a Implementação dos Acordos de Minsk", também conhecido como o acordo de Minsk II, foi assinado por representantes da Ucrânia, da Rússia e das repúblicas populares de Donetsk (DNR) e de Luhansk (LNR), sob mediação ocidental, e adotado em 12 de fevereiro de 2015, para pôr termo à guerra no Donbas.

Mas os conflitos na região nunca pararam verdadeiramente e viram a violência escalar com a invasão da Ucrânia em fevereiro do ano passado. Desde 2019, aRússia organiza uma reunião anual para assinalar a ocasião.

Moscovo justificou as ações, respondendo que “não teve outra escolha se não se proteger o país” das forças ocidentais.

O embaixador da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, afirmou ainda que "o Conselho de Segurança falhou no cumprimento da sua função direta, nomeadamente na manutenção da paz e segurança internacionais", acusando ainda os seus "ex-parceiros" ocidentais de criar, através dos acordos de Minsk, "uma cortina de fumo a fim de rearmar o regime de Kiev".

Atualmente cada vez menos canais diplomáticos permitem uma ligação entre a Rússia e o Ocidente. Ainda esta sexta-feira, Moscovo expulsou do território quatro diplomatas austríacos.

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