Brasil contra sanções impostas à Rússia. Lavrov saúda "visão única" dos dois países

Chefes da diplomacia Mauro Vieira e Sergey Lavrov, em Brasília, Brasil
Chefes da diplomacia Mauro Vieira e Sergey Lavrov, em Brasília, Brasil   -  Direitos de autor  Eraldo Peres/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
De  Catarina Santana  com LUSA

Ministro dos Negócios Estrangeiros russo começou esta semana uma visita a quatro aliados na América Latina.

Brasil e Rússia voltaram a estreitar laços, com a passagem de Sergey Lavrov, esta segunda-feira, pela capital brasileira. O ministro russo dos Negócios Estrangeiros começou uma visita à América Latina por Brasília, onde, durante a manhã, se encontrou com o homólogo Mauro Vieira.  

Numa conferência de imprensa, sem direito a perguntas, no Palácio do Planalto, o chefe da diplomacia brasileira mostrou-se contra as sanções económicas impostas à Rússia, afirmando que têm “impactos nas economias de todo o mundo, principalmente dos países em desenvolvimento que ainda não recuperaram da pandemia [de covid-19]”.

Lavrov agradeceu aos parceiros brasileiros pela cordialidade, confiança e amizade e pelos “princípios de igualdade e respeito e que não dependem de mudanças de conjuntura mundial”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo elogiou ainda as visões do “Brasil e da Rússia, que são únicas” em relação a uma “ordem mundial mais justa, correta, baseando-se no direito”, numa “visão de mundo multipolar”.

De acordo com Mauro Vieira, “Lavrov entregou igualmente ao Presidente [Vladimir] Putin o convite do Presidente Lula para organizar uma visita oficial à Rússia” e as datas estarão a ser agendadas de forma a "que sejam convenientes para ambos os lados".

Lula criticado pelo Ocidente

O chefe de estado brasileiro já se tinha oposto ao envio de armas para a Ucrânia e proposto a criação de um clube de nações com a China para mediar a paz no território invadido pela Rússia. 

Recentemente Lula da Silva afirmou que tanto a Moscovo como Kiev tinham decidido ir para a guerra, sugerindo a cedência da Crimeia a Moscovo e aconselhando os Estados Unidos a deixar de alimentar os combates.

Depois do Brasil, Lavrov vai continuar o périplo latino-americano pela Venezuela, por Cuba e pela Nicarágua, alguns dos principais aliados do Kremlin na região.

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