No poder há duas décadas, Erdogan viu o mandato na presidência turca renovado por cinco anos, na segunda volta das eleições, com 52% dos votos.
Recep Tayyip Erdogan renovou este domingo o mandato presidencial por mais cinco anos.
Mas depois de duas décadas no poder, primeiro, como líder do governo, depois como presidente, a vitória na segunda volta com 52% dos votos traduz uma sociedade polarizada; de um lado, a vontade de mudança, do outro, aqueles que, como Gursel Ozkok, vendedor de rua, acreditam numa liderança forte e conservadora.
"Correu como eu esperava, acho que ganhou a pessoa que é benéfica para o nosso país. Estou muito feliz, estou feliz por causa das suas convicções, o resto não é importante. O país está em primeiro lugar", afirma.
As sondagens pré-eleitorais apontavam para uma vantagem do principal opositor, mas as urnas determinaram a derrota de Kemal Kilicdaroglu.
O candidato aceitou o resultado, atribuindo-o em parte ao controlo que Erdogan exerce nos média, mas quase metade dos eleitores sente-se desiludida.
Kerem é estudante de engenharia e diz-se disposto a mudar de país após o desfecho das eleições.
"Já não tenho esperança. Não tenho esperança para a Turquia. Quero mudar-me para o estrangeiro o mais depressa possível. Será melhor para mim noutro lugar".
Desafios de Erdogan
No discurso de vitória, Erdogan prometeu voltar a unir o país. Para isso, terá de ultrapassar desafios complexos, como o aumento da inflação e a reconstrução de áreas devastadas pelo terramoto deste ano.
A Turquia tem também desempenhado um papel central no acolhimento de refugiados e durante a guerra na Ucrânia a que a oposição e comunidade internacional vão certamente permanecer muito atentas.