Zelenskyy: "Estão em curso ações defensivas e contraofensivas contra as forças russas"

Ataques russos intensificam-se na Ucrânia, numa guerra que dura há 16 meses
Ataques russos intensificam-se na Ucrânia, numa guerra que dura há 16 meses Direitos de autor Martin Meissner/AP
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A Rússia tem intensificado os ataques com drones, mísseis e artilharia na Ucrânia. Três pessoas morreram e mais de duas dezenas ficaram feridas num ataque contra o porto de Odessa.

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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, disse este sábado que estão em curso ações defensivas e contraofensivas contra as forças russas, afirmando que os seus comandantes de topo estão com uma mentalidade "positiva", uma vez que as suas tropas estão envolvidas em combates intensos ao longo da linha da frente.

Numa conferência de imprensa em Kiev, ao lado do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, Zelenskyy respondeu a uma pergunta sobre o comentário do presidente russo, Vladimir Putin, de que a contraofensiva da Ucrânia tinha começado  e as forças ucranianas estavam a sofrer "perdas significativas".

Zelennskyy disse: "A contraofensiva, as ações defensivas estão a ter lugar na Ucrânia. Não vou falar sobre o estágio ou fase em que se encontram". Estou em contacto com os nossos comandantes de diferentes direções todos os dias", acrescentou, citando os nomes de cinco dos principais líderes militares da Ucrânia. "Toda a gente é positiva. Passem isto a Putin".

Depois de uma noite de ataques com mísseis e drones em várias regiões da Ucrânia, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, chegou a Kiev este sábado para uma visita não anunciada, a segunda que faz à Ucrânia desde a invasão russa, em fevereiro de 2022.

 

As autoridades ucranianas informaram que pelo menos quatro civis morreram em todo o país, na sequência do lançamento de drones, mísseis e ataques de artilharia e morteiros de fabrico iraniano.

O Serviço Nacional de Emergência da Ucrânia informou que três pessoas morreram e mais de duas dezenas ficaram feridas durante a noite num ataque contra o porto de Odessa, no Mar Negro. 

A porta-voz do comando operacional do sul da Ucrânia, Natalia Humeniuk, disse que duas crianças e uma mulher grávida estavam entre os feridos.

No nordeste da Ucrânia, um homem de 29 anos foi morto quando mais de 10 drones atacaram a região de Kharkiv, informou o governador, Oleh Syniehubov, este sábado, acrescentado que pelo menos três outros civis ficaram feridos.

Na região de Poltava, mais a oeste, houve danos num aeródromo militar atingido durante a noite por um ataque de drones e mísseis russos. O governador local, Dmytro Lunin disse que ninguém ficou ferido. 

Até à manhã de sábado, o exército ucraniano ou as autoridades não tinham feito qualquer comentário adicional sobre a extensão dos danos.

A força aérea ucraniana afirmou que, durante a noite, tinha abatido 20 dos 35 drones Shahed e dois dos oito mísseis "de vários tipos" lançados pelas forças russas.

700 mil pessoas sem água potável

Os combates e as vítimas civis mereceram uma atenção renovada, uma vez que as autoridades do sul da Ucrânia afirmaram que os níveis de água têm vindo a diminuir numa vasta área sob a barragem destruída.

O ministro do Ambiente da Ucrânia alertou que quase um terço das áreas naturais protegidas na região de Kherson pode ser destruído pelas inundações na sequência da ruptura da barragem de Kakhovka.

Numa publicação no Facebook, Ruslan Strilets afirmou que o colapso da barragem deixou um parque nacional completamente submerso, drenou rios e lagos noutras áreas protegidas e pode levar à subida das águas subterrâneas em partes do delta do Dnieper ocupadas por Moscovo, criando o risco de novas inundações.

Na cidade de Kherson, cujos arredores se encontravam entre as zonas afetadas pelas inundações, o nível médio da água baixou 31 centímetros durante a noite, mas manteve-se mais de 4,5 metros acima do normal, informou no sábado o Governador regional, Oleksandr Prokudin.

Prokudin advertiu que os meteorologistas previam fortes chuvas na região durante o fim-de-semana, complicando os esforços de salvamento.

O chefe da ajuda humanitária das Nações Unidas, Martin Griffiths, disse numa entrevista à AP que um número "extraordinário" de 700.000 pessoas necessita de água potável.

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Entretanto, crescem as preocupações com a segurança da central nuclear de Zaporíjia, onde o último reator em funcionamento foi colocado em "encerramento a frio". As unidades de produção de energia da central não funcionam desde Setembro do ano passado. O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, que anunciou o lançamento de um programa de assistência, deverá visitar a Ucrânia nos próximos dias.

Ao nível político, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que quer continuar a falar com Putin - cuja ordem para a invasão russa da Ucrânia foi criticada por muitos líderes ocidentais - e planeia fazê-lo novamente "em breve". Scholz falou várias vezes por telefone com Putin desde a invasão.

O chanceler afirmou que a base para uma "paz justa" entre a Rússia e a Ucrânia é a retirada das tropas russas. "Isso tem de ser compreendido", afirmou.

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