Familiares das vítimas do Hamas acusam Israel de traição e exigem queda de Netanyahu

A 7 de outubro, Maoz Inon (centro) perdeu os pais e Yaakov Godo (esq.) perdeu o filho
A 7 de outubro, Maoz Inon (centro) perdeu os pais e Yaakov Godo (esq.) perdeu o filho Direitos de autor AHMAD GHARABLI / AFP
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De  Francisco Marques
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Maoz Inon e Yacov Godo perderam, respetivamente, os pais e um filho. Ambos consideram o governo responsável. Em Londres, uma manifestação está a preocupar o governo, mas não a polícia

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Centenas de pessoas protestaram à porta do Knesset, Parlamento de Israel, em Jerusalém, exigindo ao governo de Benjamin Netanyahu ações que assegurem o regresso em segurança dos reféns raptados pelo Hamas a 7 de outubro.

Os organizadores do protesto, Maoz Inon e Yaakov Godo, que perderam respetivamente os pais e um filho no ataque de 7 de outubro do Hamas, culpam o primeiro-ministro pela tragédia e acusam o governo de traição ao próprio povo.

"O governo de Israel, o Estado de Israel, traiu os meus pais, traiu as nossas comunidades e está a trair aqueles 240 reféns e as respetivas famílias uma e outra vez com cada minuto que passa sem que eles tenham regressado em segurança a casa e para as suas famílias", afirmou Maoz Inon.

Os pais de Maoz, Bilha e Yakovi Inon, foram mortos por um rocket disparado para pequena casa do casal de 78 e 75 anos, respetivamente, em Moshav Netiv Ha'Asara.

Tom Inon foi assassinado a tiro pelos paramilitares palestinianos enquanto tentava manter fechada a porta do quarto de segurança na casa onde vivia no kibbutz de Kissufim, permitindo à filha e à mulher a fuga por uma janela.

Os dois garantiram que se vão manter diante do Knesset até que Netanyahu saia do governo de Israel.

Um outro familiar das vítimas de 7 de outubro do Hamas, Aner Preminger, de 68 anos, defendeu que "a grande prioridade" deve ser "o regresso dos reféns, custe o que custar".

"Mesmo que isso implique em troca a libertação de todos os prisioneiros. De todos. Não só os do Hamas, mas todos os prisioneiros palestinianos, em troca dos reféns", afirmou Preminger.

Vigília junto ao Muro das Lamentações com 1.400 velas pelas vítimas do Hamas
Vigília junto ao Muro das Lamentações com 1.400 velas pelas vítimas do HamasAP Photo/Oded Balilty

Não muito longe do protesto dos familiares, junto ao Muro das Lamentações foi instalada uma vigília com 1.400 velas acesas, uma por cada uma das pessoas assassinadas pelo Hamas, a 7 de outubro.

Governo britânico contra manifestação pró-Palestina

Mais de um mês após terem sido raptados e sem haver notícias do estado em que estão, a situação dos reféns é preocupante e motivou manifestações de solidariedade em diversas cidades do mundo no dia em que se assinalou um mês sobre o ataque terrorista do Hamas em Israel, que matou cerca de 1.400 pessoas e fez ainda 240 reféns.

Na capital do Reino Unido, no entanto, a maior preocupação é o protesto pró-Palestina marcado para sábado, o Dia do Armistício, uma data simbólica também para quem agora pede um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A polícia londrina está a ser pressionada pelo governo para impedir a manifestação, mas os responsáveis das autoridades alegam não haver dados que permitam antecipar um perigo para a segurança pública e por isso, até ao momento, não veem motivos para proibir a manifestação de apoio aos palestinianos.

Na Argentina, por fim, uma instalação com cerca de 50 ursinhos de peluche, com os olhos e a boca tapados, chamou a atenção para as mais de 40 crianças que se pensa estarem em Gaza entre os 240 reféns do Hamas.

Outras fontes • AFP, Times of Israel, Guardian

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