Já a sofrer com os bombardeamentos israelitas, com falta de comida, água e medicamentos, os palestinianos de Gaza temem agora também os efeitos do mau tempo.
A primeira chuva que caiu em Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas piorou as condições já terríveis para os palestinianos deslocados no enclave sitiado.
Muitos encontram-se já a viver em condições terríveis em abrigos de deslocados sobrelotados, que a chuva só pode piorar.
Alguns tentaram embrulhar as suas tendas com simples lonas para impedir que a chuva forte se infiltrasse no seu interior.
As agências de notícias mostram palestinianos caminhando à chuva, enquanto as agências internacionais de ajuda humanitária falam de centenas de milhares de pessoas deslocadas e de uma catástrofe humanitária em curso.
Mahmoud Bakir, residente em Rafah, comenta: "Quando acordei e vi que estava a chover, disse a mim próprio que Deus ajudasse as pessoas deslocadas e abrigadas nas escolas ou que estão simplesmente nas ruas. São seres humanos e, no mínimo, precisam de um abrigo. O que é que aconteceu à ONU? "
Deslocado da cidade de Gaza, Mahmud Qashta, afirma: "A vida virou de pernas para o ar. A nossa rotina diária normal, em que comíamos, bebíamos e dormíamos normalmente, mudou completamente. Agora dormimos ao som de explosões e raids. De manhã, acordamos e vemos que os nossos familiares estão mortos."
A agência noticiosa palestiniana, Wafa, divulgou um vídeo, a 13 de novembro, que mostra os residentes de Rafah, no sul de Gaza, a fazerem fila para obter alimentos numa cozinha de rua, no meio dos contínuos bombardeamentos israelitas contra o enclave.
Centenas de milhares de habitantes do norte de Gaza foram obrigados a fugir para o sul do enclave densamente povoado, à medida que Israel efetuava bombardeamentos intensos e lançava uma campanha terrestre na cidade de Gaza, de acordo com a imprensa.
Cerca de 11 180 palestinianos foram mortos desde 7 de outubro, data em que o grupo militante palestiniano Hamas levou a cabo um ataque sem precedentes contra Israel que, segundo o país, matou 1200 pessoas. Mais de 200 reféns também foram feitos.
Entre os mortos em Gaza, mais de 4.600 são crianças e outras 3.100 mulheres, segundo o Ministério da Saúde do enclave, dirigido pelo Hamas, na sua última atualização.
A Organização Mundial de Saúde declarou que o principal hospital de Gaza, Al-Shifa, na cidade de Gaza, já não está a funcionar, mas que milhares de pacientes, pessoal médico e pessoas deslocadas permanecem no local.