"Visionário", "incansável", "um gigante": as reações à morte de Jacques Delors

O antigo presidente da Comissão Europeia, Jacque Delors, morreu esta quarta-feira aos 98 anos
O antigo presidente da Comissão Europeia, Jacque Delors, morreu esta quarta-feira aos 98 anos Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2023 The AP. All rights reserved.
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De  Euronews com Lusa
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Vários líderes europeus prestaram homenagem a Jacques Delors, que morreu na quarta-feira aos 98 anos, lembrando o importante legado do político francês para a construção da União Europeia como a conhecemos hoje.

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Os líderes da União Europeia (UE) e alguns líderes nacionais recorreram às redes sociais para homenagear Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Europeia, que morreu esta quarta-feira aos 98 anos.

Foi "um visionário que tornou a nossa Europa mais forte" e cujo "trabalho (...) moldou gerações inteiras de europeus", reagiu a atual Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no X (antigo Twitter).

"O trabalho da sua vida é uma União Europeia unida, dinâmica e próspera (...) Vamos honrar o seu legado renovando constantemente a nossa Europa", acrescentou.

Desde Bruxelas, de onde liderou a Comissão de 1985 a 1995, Jacques Delors moldou a Europa comtemporânea: o Ato Único Europeu e a criação do mercado único, os acordos de Schengen, o lançamento do programa de intercâmbio de estudantes Erasmus, o início da união económica e monetária que conduzirá ao euro...

"Os seus sucessos foram numerosos", resumiu a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, lembrando "o caminho que ele moldou para a criação de uma moeda comum, o euro".

O chefe da diplomacia da UE, o espanhol Josep Borrell, lamentou que a Europa tenha perdido mais um dos seus "gigantes".

"[Jacques Delors] entra no Panteão dos grandes que a Europa produziu e cujo legado devemos assumir", escreveu Borrell.

Já o Presidente francês, Emmanuel Macron, lembrou Delors como o "artesão incansável da nossa Europa". "O seu compromisso, o seu ideal e a sua integridade sempre nos inspirarão", acrescentou.

"Jacques Delors defendeu a unificação europeia como ninguém: durante uma década,  dirigiu a Comissão Europeia e, como visionário, tornou-se o mestre construtor da UE como a conhecemos hoje", escreveu também o chanceler alemão Olaf Scholz numa mensagem na rede social X.

"É nossa responsabilidade continuar o seu trabalho hoje para o bem da Europa", frisou Scholz.

O primeiro-ministro português, António Costa, considerou que a Europa perdeu "um dos maiores vultos da sua história contemporânea".

O primeiro-ministro demissionário lembrou também que Jacques Delors, "um dos grandes impulsionadores da integração europeia, foi também e sobretudo um grande amigo de Portugal". 

Foi durante a sua presidência que "Portugal aderiu às então Comunidades, percorrendo um caminho que levou o país a consolidar-se como um país desenvolvido, moderno e democrático", assinalou.

"Numa época em que a União Europeia de novo enfrenta desafios sem precedentes, o legado de Delors inspira-nos a um compromisso renovado com esta Comunidade de prosperidade e de valores partilhados, que torne a Europa mais forte, mais solidária e mais coesa", acrescentou o líder do executivo português.

Já o Presidente da República português recordou Jacques Delors como "um Homem com letra grande".

Marcelo Rebelo de Sousa considerou, em comunicado, que o político francês "encarna para muitos europeus a própria construção europeia".

"Grande mentor da evolução das Comunidades para uma União Europeia, mobilizador das grandes reformas dos anos 80 e 90, institucionais e financeiras, do alargamento a Portugal e Espanha, Jacques Delors encarna para muitos europeus a própria construção europeia. Mas também o valor do trabalho e de se afirmar pelo seu próprio caminho de autodidata, a promoção da justiça social, do respeito pelos direitos humanos, da importância do outro."

O chefe de Estado sublinha que "no seu catolicismo militantemente progressista, Delors encontrou sempre a força para ultrapassar as dificuldades, encontrar soluções, mantendo a Europa unida e alargada, um projeto que sempre foi de Paz, de progresso e de bem estar, de caminho em comum para a resolução dos problemas comuns".

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