A marinha iraniana sequestrou um petroleiro no Golfo de Omã. O navio já tinha estado no centro de um confronto entre Washington e Teerão no ano passado.
Horas depois de o Conselho de Segurança da ONU ter votado uma resolução a condenar os ataques a navios no Mar Vermelho, o Irão sequestrou um petroleiro ao largo de Omã.
O navio de carga St. Nicholas que transportava 145 mil toneladas métricas de petróleo e uma tripulação de 19 pessoas, tinha como destino a Turquia, mas foi abordado pela marinha iraniana a 50 milhas náuticas a leste da costa de Omã.
Pouco depois, o navio alterou o rumo dirigindo-se a águas territoriais do Irão, sendo cortada a comunicação com o petroleiro.
Teerão alegou que o navio esteve envolvido no alegado desvio de petróleo iraniano que acabou sob controlo norte-americano.
O ano passado, o mesmo petroleiro foi confiscado pelos Estados Unidos que, na altura, acusaram o Irão de tentar enviar petróleo para a China, violando as sanções impostas por Washington. À época, o navio chamava-se Suez Rajan e transportava mais de 980 mil barris de petróleo bruto iraniano, alegadamente contrabandeado.
Teme-se que o incidente inflame ainda mais as tensões entre o Irão e os Estados Unidos, que criaram, em dezembro, uma coligação internacional para proteger o tráfego marítimo dos ataques dos rebeldes Houthis no Mar Vermelho, zona estratégica por onde passa 12% do comércio mundial.
Na quarta-feira, os rebeldes do Iémen, que têm como principal aliado o Irão, lançaram drones e mísseis contra vários navios que se aproximavam do Canal de Suez. O ataque foi impedido por forças norte-americanas e britânicas.
Os Houthis alegam que as investidas no Mar Vermelho são em retaliação à ofensiva de Israel em Gaza e em solidariedade com o povo palestiniano.
A resolução das Nações Unidas exige que os rebeldes libertem o primeiro navio que atacaram, o Galaxy Leader. Os Houthis tomaram o navio de carga, operado por um grupo japonês com ligações a uma empresa israelita, a 19 de novembro e fizeram reféns os 25 tripulantes.