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Encontro entre os chefes da diplomacia húngara e ucraniana não resolve veto de Orbán

Ataque na Ucrânia
Ataque na Ucrânia Direitos de autor AP Photo
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De  Euronews
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Ministros dos Negócios Estrangeiros da Hungria e Ucrânia tiveram a primeira reunião bilateral dos últimos dois anos. Apesar de terem sido dados passos para uma aproximação de posições, ninguém quis comentar o levantamento do veto húngaro ao financiamento europeu para Kiev

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Os chefes da diplomacia ucraniana e húngara encontraram-se na segunda-feira na Ucrânia, numa estância próxima da cidade de Uzhhorod. E, apesar do tom conciliatório do encontro, não houve garantias da parte da Hungria de que o seu primeiro-ministro, Viktor Órban, vá levantar o veto ao pacote de cerca de 54 milhões de euros de ajuda a Kiev que os líderes europeus tentaram aprovar numa cimeira em dezembro, e que voltarão a discutir na próxima quinta-feira em Bruxelas.

Orbán, que é visto como o político europeu mais próximo do Kremlin, recusou-se a financiar a ajuda à Ucrânia através do orçamento dos 27 Estados-membros da União Europeia e não parece estar inclinado a mudar de posição.

Ainda assim, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, fez a primeira visita à Ucrânia desde o início da invasão russa e teve a primeira reunião bilateral com o seu homólogo, Dmytro Kuleba, dos últimos dois anos.

Em conferência de imprensa, Szijjarto congratulou-se que a Ucrânia tenha, nos últimos anos, alterado a legislação nos domínios da educação e idiomas para travar uma "espiral negativa" de restrição aos direitos das minorias étnicas húngaras na região da Zakarpattia, que passaram a poder estudar na sua língua nativa. Mas assinalou que as mudanças não foram suficientes e que Budapeste tem a expectativa de que os membros das comunidades húngaras possam readquirir "direitos que já existiam em 2015", acrescentou o chefe da diplomacia húngara.

A Hungria tem acusado Kiev de maltratar a minoria húngara que vive na zona ocidental da Ucrânia para justificar o escasso apoio ao país desde que foi invadido por Moscovo. As relações entre as duas nações deterioraram-se sobretudo desde que Orbán colocou obstáculos aos esforços da UE para fornecer apoio financeiro e militar à Ucrânia, tendo recusado fornecer armamento a Kiev ou permitir que armas para a Ucrânia passem pelas fronteiras húngaras.

Do lado ucraniano, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, disse que considera que a questão da minoria húngara estava "fundamentalmente resolvida", mas garantiu que uma comissão será estabelecida para examinar como Kiev poderá dar resposta às restantes exigências de Budapeste e que as conclusões serão apresentadas aos respetivos governos no prazo de 10 dias.

Marcado encontro entre Zelenskyy e Orbán

Andriy Yermak, o chefe de gabinete do presidente ucraniano, que também participou no encontro entre os chefes da diplomacia, revelou ainda que foram feitos progressos para marcar um encontro bilateral entre Orbán e Volodymyr Zelenskyy, mas não forneceu detalhes sobre a data e o local da reunião.

Nenhum dos presentes quis comentar a possibilidade de a Hungria levantar o veto ao pacote de ajuda europeia a Kiev de mais de 50 milhões de euros. Os líderes ucranianos têm pedido aos parceiros ocidentais mais apoios urgentes, admitindo escassez de munições e outros equipamentos militares. 

O pacote estimado em cerca de 60 mil milhões de dólares que a Casa Branca tinha destinado à Ucrânia também não chegou a Kiev devido ao impasse no Congresso norte-americano, que exige mudanças nas leis da imigração em troca de mais ajudas à Ucrânia.

No que diz respeito à Hungria, os críticos de Orbán acreditam que vetou o apoio a Kiev para conseguir que a UE desbloqueie fundos que não lhe entregou devido às ações do governo de Budapeste, que tem colocado em causa a independência judicial, a liberdade de imprensa e os direitos das comunidades LGBRQ+. A Hungria alega, porém, que Bruxelas está a chantagear o país, fazendo depender a entrega dos fundos congelados do apoio à Ucrânia.

Perante um eventual novo bloqueio húngaro, os líderes europeus poderiam recorrer ao artigo 7.º do Tratado da UE, relativo à violação do Estado de Direito, e assim retirar à Hungria o seu direito de voto.

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