O presidente ucraniano, Volodymir Zelenskyy, vai reunir-se com os líderes europeus na esperança de assegurar uma resposta positiva para o início das negociações de adesão e obter ajuda na ordem dos 50 mil milhões de euros, após ameaça de veto do primeiro-ministro húngaro.
A cimeira dos líderes europeus desta quinta-feira será crucial para o presidente da Ucrânia, Volodymir Zelenskyy, que procura não apenas apoio político, mas também financiamento para combater os ataques e as tropas russas. O líder ucraniano pretende manter e fortalecer o seu compromisso junto da União Europeia enquanto aguarda uma resposta positiva para o início das negociações de adesão.
Contudo o desafio de Zelenskyy passa por convencer o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, a apoiar a sua causa. O presidente do Conselho da UE, Charles Michel, reuniu-se por diversas vezes com Orbán antes da cimeira, após o primeiro-ministro ter ameaçado vetar um pacote de ajuda significativa de 50 mil milhões de euros, juntamente com a promessa de diálogos formas sobre a adesão ucraniana.
A postura de Orbán, expressa nas redes sociais, não levanta dúvidas sobre a sua oposição à Ucrânia, enaltecendo as potenciais catástrofes para o orçamento da UE, para a indústria agrícola e para a segurança.
Cimeira decisiva
A incerteza persiste sobre a possibilidade de uma mudança de perspetiva por parte do líder húngaro. Já a Ucrânia enfrenta um momento decisivo, com o conflito em Kiev a intensificar-se e com as incertezas acerca do apoio militar norte-americano, considerado vital para o combate frente às tropas de Vladimir Putin.
Zelenskyy procura na cimeira mais de que um ponto de partida para as negociações de adesão à UE. O presidente ucraniano quer evitar um “veto de Putin”. Mesmo assim, deixa a garantia de que o seu país atendeu a todos os requisitos necessários para iniciar as conversações de adesão. De notar que um resultado negativo, para além de comprometer as ambições ucranianas, poderá ter implicações geopolíticas mais amplas.
A cimeira dos líderes europeus, que decorre entre quinta e sexta-feira, será palco de decisões que terão impacto não só na Ucrânia, como também no futuro das relações entre a União Europeia e os países vizinhos.
De salientar que a Hungria recebeu 10,2 mil milhões de euros em financiamento da UE e depende agora da decisão de Orbán para apoiar a causa ucraniana.