Israel vai enviar delegação a Washington para discutir intervenção em Rafah

Joe Biden e Benjamin Netanyahu voltaram a falar na segunda-feira pela primeira vez em mais de um mês
Joe Biden e Benjamin Netanyahu voltaram a falar na segunda-feira pela primeira vez em mais de um mês Direitos de autor Montaje. AP/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
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O primeiro-ministro israelita concordou em enviar uma equipa de especialistas militares a Washington para discutir com a administração norte-americana a operação de larga escala em Rafah que Israel tem planeada.

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O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, concordou em enviar a Washington uma delegação israelita para discutir com a administração norte-americana uma possível operação em Rafah, no sul da Faixa de Gaza.

Segundo o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, na conversa mantida entre o Presidente norte-americano, Joe Biden, e Netanyahu, "cada lado deixou clara ao outro a sua perspetiva" acerca de uma intervenção militar israelita em Rafah, onde neste momento se concentram mais de um milhão de palestinianos deslocados pela guerra entre Israel e o Hamas.

O acordo para manter conversações sobre Rafah foi alcançado na segunda-feira quando Biden e Netanyahu falaram pela primeira vez em mais de um mês, já que a divisão entre os dois aliados sobre a crise alimentar em Gaza e a conduta de Israel durante a guerra cresceu.

Sullivan também adiantou que a delegação deverá deslocar-se nos próximos dias e vai envolver os serviços secretos, especialistas militares e humanitários.

Segundo o conselheiro da Casa Branca, Biden insistiu mais uma vez com Netanyahu para não realizar uma operação militar em Rafah. Uma operação militar em grande escala em Rafah seria "um erro" e "levaria a mais vítimas inocentes, pioraria a já grave situação humanitária, reforçaria a anarquia em Gaza e isolaria ainda mais Israel", terá dito o Presidente norte-americano ao primeiro-ministro israelita, indicou Sullivan.

Nas próximas negociações, as autoridades norte-americanas deverão apresentar "uma abordagem alternativa que visará os principais elementos do Hamas em Rafah e garantirá a fronteira Egito-Gaza sem uma grande invasão terrestre."

Relatório diz que a fome é "iminente" no norte de Gaza enquanto Israel lança outro ataque ao hospital principal

A fome é "iminente" no norte de Gaza, onde 70% da população está a passar fome a um nível "catastrófico", de acordo com um relatório divulgado na segunda-feira pelo organismo responsável pela Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC), que alerta que a escalada da guerra poderá empurrar metade da população total de Gaza para a fome.

Toda a população da faixa de Gaza (2,3 milhões) está a passar por "altos níveis de insegurança alimentar". Nas contas do IPC, isto significa que entre março e julho metade da população de Gaza (1,1 milhões) chegará ao nível "catastrófico" de fome.

O mesmo relatório alerta ainda para um número cada vez maior de casos de "desnutrição aguda".

Estes dados surgem numa altura em que Israel enfrenta pressões internacionais, até mesmo dos seus aliados mais próximos, para agilizar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e abrir mais passagens terrestres, uma vez que as entregas por via aérea e marítima são muito lentas e dificultam o transporte de mantimentos em grandes quantidades.

Enquanto isso, as forças israelitas lançaram outro ataque ao maior hospital da Faixa de Gaza na segunda-feira, alegando que combatentes do Hamas se tinham reagrupado no Hospital Shifa e estavam a utilizar as instalações como uma base operacional.

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