A Euronews esteve na Eslováquia para investigar o fenómeno da desinformação que tem vindo a dividir a sociedade e a quebrar a confiança na democracia.
Nas horas que se seguiram à tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco Robert Fico, a 15 de maio de 2024, começaram a circular na Internet notícias falsas e teorias da conspiração.
Algumas dessas especulações tentavam associar o alegado atirador ao principal partido da oposição eslovaca.
Este tipo de desinformação não é um fenómeno recente na Eslováquia.
A desinformação - que pode ser definida como informações falsas espalhadas deliberadamente e muitas vezes de forma dissimulada para influenciar a opinião pública ou ocultar a verdade - disparou na Eslováquia desde a anexação da Crimeia e do conflito no leste da Ucrânia, alimentada principalmente por agentes russos, tanto dentro como fora da Eslováquia, que procuram influenciar a opinião pública.
A invasão da Ucrânia em 2022 e a propagação de narrativas falsas por parte de figuras políticas exacerbaram a difusão da desinformação no país, ao ponto de existirem agora milhares de meios de comunicação social, páginas do Facebook e canais do Telegram que papagueiam a propaganda de Moscovo ou simplesmente espalham mentiras.
Notícias falsas a poucos dias das eleições europeias
A verificadora de factos eslovaca Veronika Frankovská salienta: "Não se trata de fazer com que as pessoas acreditem numa determinada história, trata-se simplesmente de corroer a confiança no que lêem, no que vêem à sua volta, criando dúvidas sobre a veracidade e a fiabilidade das informações, alimentando a ideia de que não se pode confiar em ninguém".
A poucos dias das eleições europeias de junho de 2024, a experiência da Eslováquia serve de aviso sobre os perigos da desinformação.
Giovanni Zagni, que dirige um grupo de trabalho sobre as eleições europeias para o Observatório Europeu dos Media Digitais (EDMO), afirma:
"Na véspera das eleições europeias, observamos algumas tendências e narrativas de desinformação importantes. Uma delas tem a ver com o processo eleitoral. Depois há, por exemplo, a questão climática. E outra é a questão da imigração".
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