Organizações que representam as comunidades empresarial e laboral a nível europeu esperam que haja uma nova coligação de forças moderadas e do centro no Parlamento Europeu, após as eleições de domingo. Só assim se poderá rever o Pacto Ecológico Europeu.
Um Pacto Ecológico Europeu mais justo e menos burocrático deve ser um desígnio para os políticos que vão desenhar a legislação europeia nos próximos cinco anos segundo associações europeias que defendem os direitos dos trabalhadores e das empresas.
A União Eurpeia deve, assim, combater fragilidades face aos EUA e a China em setores críticos, nomeadamente na manufatura e nas tecnologias mais avançadas, segundo Ben Butters, presidente-executivo da Eurochambers, que representa 43 associações nacionais de câmaras de comércio e indústria e duas organizações de câmaras transnacionais.
"Temos tido muitas preocupações com a quantidade de legislação que derivou do Pacto Ecológico e que acarreta muitos encargos para as empresas, ao nível da conformidade e de prestação de informações", disse Ben Butters, em entrevista à Euronews.
"Por isso, uma das nossas mensagens fortes para os novos membros do Parlamento Europeu e as novas instituições é que precisamos de abrandar antes de começarmos a introduzir uma possível nova legislação", acrescentou.
A organização considera que o mercado único precisa de ser mais forte para que a UE seja autónoma. As indústrias e as empresas estão em "modo de sobrevivência e não de sucesso", sublinha o dirigente.
“Precisamos de enfrentar os desafios estruturais fundamentais que as empresas enfrentam, especialmente nos setores de manufatura: custos de energia, acesso às matérias-primas, acesso aos fornecimentos em geral”, explicou.
Sindicatos esperam que se mantenha cordão sanitário à extrema-direita
Já os sindicatos sublinharam, durante a campanha, que o custo de vida precisa de ser uma prioridade. A adaptação da força de trabalho aos desafios da Inteligência Artificial é outro desafio.
Os partidos da Esquerda radical e os Verde perdem força no novo hemiciclo, mas ainda há uma boa maioria para fazer avançar a agenda de proteção social na UE, segundo a Confederação Europeia de Sindicatos (CES).
“Portanto, o mais importante é não ter acordos com a extrema-direita. Isto é o mais importante porque não se pode confiar neles. Em todas as oportunidades votaram contra os trabalhadores e os seus interesses”, afirmou Esther Lynch, secretária-confederal da CES, em entrevista à Euronews.
A migração também dominou a campanha eleitoral da extrema-direita. Para a CES, a UE está a envelhecer e precisa de trabalhadores estrangeiros, que devem ser protegidos da exploração.
"Os trabalhadores migrantes são muitas vezes vítimas de exploração por empregadores sem escrúpulos. Precisamos de garantir que todos os trabalhadores sejam abrangidos por termos e condições de emprego justos. Todos os trabalhadores, independentemente da sua origem ou das funções que desempenham, devem poder aderir a um sindicato e negociar salários justos", disse Lynch.
No que respeita a reformular o Pacto Ecológico Europeu, os sindicatos defendem mais investimento social e uma nova Diretiva da UE para a Transição Justa.