Apesar do acordo anunciado, a decisão só se tornará oficial quando os 27 líderes se reunirem numa cimeira no final desta semana.
Os seis líderes da União Europeia que atuam como negociadores dos principais grupos europeus fecharam um acordo preliminar para a atribuição dos principais cargos do bloco após as eleições europeias de junho.
A notícia foi avançada pela DPA, a agência noticiosa alemã, e posteriormente confirmada à Euronews por fontes diplomáticas.
O acordo confirma o trio de candidatos anteriormente anunciado: Ursula von der Leyen para Presidente da Comissão Europeia, António Costa para Presidente do Conselho Europeu e Kaja Kallas para Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
Os três nomes já tinham sido discutidos na semana passada durante uma reunião informal dos líderes da UE, mas foi finalizado num telefonema entre o polaco Donald Tusk, o grego Kyriakos Mitsotakis, o alemão Olaf Scholz, o espanhol Pedro Sánchez, o francês Emmanuel Macron e o neerlandês Mark Rutte.
Tusk e Mitsotakis representam o Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita; Sholz e Sánchez, os Socialistas e Democratas (S&D); e Macron e Rutte, a família liberal Renew Europe. Espera-se que os três grupos europeus trabalhem em conjunto e construam uma coligação duradoura que possa sustentar o segundo mandato de von der Leyen.
"Os negociadores dos três grupos políticos chegaram a um consenso sobre uma posição comum, em conformidade com os Tratados", afirmou um diplomata, confirmando os nomes.
A seleção dos cargos de topo tem de ser ratificada pelos 27 líderes numa cimeira crucial no final desta semana, durante a qual também será aprovada a Agenda Estratégica para os próximos cinco anos.
A italiana Giorgia Meloni, o checo Peter Fiala e o húngaro Viktor Orbán, que não fazem parte da coligação centrista, já se tinham queixado da forma como os cargos de topo estavam a ser negociados pelas três famílias.
"O acordo que o PPE fez com os esquerdistas e os liberais vai contra tudo aquilo em que a UE se baseia. Em vez de inclusão, semeia a divisão", acusou Orbán na terça-feira, reiterando as suas queixas.
A decisão é tomada por maioria qualificada, o que significa que os vetos nacionais não se aplicam. Ainda assim, o peso de Meloni no Conselho Europeu poderá ser um fator nas negociações presenciais de quinta-feira e atrasar o anúncio final.
Se forem nomeados, von der Leyen e Kallas terão ainda de se submeter a uma audição no Parlamento Europeu, enquanto Costa, antigo primeiro-ministro de Portugal, será automaticamente eleito pelos seus antigos pares.
Numa reunião informal realizada na semana passada, o PPE apanhou os socialistas de surpresa ao exigir a presidência do Conselho Europeu depois de Costa completar um mandato de dois anos e meio. A Euronews sabe que esta exigência foi retirada da mesa, abrindo caminho para que o socialista português dirija a instituição durante cinco anos.