O primeiro-ministro israelita afirma que ainda não há confirmação da morte do presumível autor do atentado de 7 de outubro. Pelo menos 90 pessoas morreram no bombardeamento contra o campo de refugiados perto de Khan Younis.
Pelo menos 90 pessoas morreram, incluindo muitas crianças, e mais de trezentas ficaram feridas no bombardeamento israelita do campo de refugiados de al-Mawasi. O ataque tinha como alvo o segundo comandante do Hamas, Mohammed Deif. Num discurso em vídeo, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu afirmou que "ainda não há certeza absoluta" de que Deif tenha sido morto.
Segundo o Hamas, Mohamed Deif não se encontrava na zona bombardeada por Israel. "O comandante Mohammed Deif está bem e supervisiona diretamente as operações militares contra as forças israelitas", disse um funcionário não identificado do Hamas à agência noticiosa AFP, citado pela Al Jazeera.
O ataque teve lugar numa zona que o exército designou como segura para centenas de milhares de palestinianos.
"O Estado de Israel, através das Forças de Defesa Israelitas (IDF) e do Shin Bet, atacou hoje a Faixa de Gaza com o objetivo de impedir a entrada de Mohamed Deif e do seu adjunto, Rafa Salama", declarou Netanyahu aos jornalistas em Telavive.
"Ainda não há certeza absoluta de que os dois tenham sido eliminados, mas quero assegurar-vos que, de uma forma ou de outra, chegaremos à liderança do Hamas", acrescentou.
Quem é Mohammed Deif?
Israel considera que Deif é o principal responsável do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, são os principais responsáveis pelo atentado de 7 de outubro que matou cerca de 1200 pessoas no sul de Israel e desencadeou a guerra entre Israel e o Hamas.
Deif está escondido há mais de 20 anos e acredita-se que esteja paralisado: há muito que figura no topo da lista de procurados por Israel e acredita-se que tenha escapado a várias tentativas de assassinato por parte de Israel.
Em 7 de outubro, o Hamas divulgou uma rara gravação de voz de Deif anunciando a operação Al Aqsa Flood.
Negociações de cessar-fogo bloqueadas
O ataque mortal de sábado ocorreu numa altura sensível para os esforços de cessar-fogo. A morte de Deif daria a Israel uma importante vitória e infligiria um doloroso golpe psicológico ao Hamas.
Desde então, Netanyahu tem afirmado que Israel não terminará a guerra enquanto as capacidades militares do Hamas não forem destruídas, e a morte de Deif seria um passo significativo nessa direção.
Mas a morte de Deif poderia também encorajar o Hamas a endurecer as suas posições nas negociações.