Do Paquistão ao Líbano, foram milhares os manifestantes que protestaram contra o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh e prometeram "morte" ou "vingança" a Israel.
As ruas do mundo muçulmano inundaram-se de verde, vermelho,branco e de raiva.
Milhares de pessoas em vários países protestaram contra a morte do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
Teerão e o Hamas acusam Israel de ter assassinado o seu principal líder político na capital iraniana, na quarta-feira, alegando que Telavive coordenou o mortífero ataque aéreo da madrugada.
Milhares manifestaram-se na Cisjordânia ocupada
Muitos foram os manifestantes palestinianos que marcharam por Ramallah, na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967, em protesto contra o assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh.
Dezenas de bandeiras verdes do Hamas moveram-se acompanhadas de gritos como “o povo quer a Brigada al-Qassem” ou “somos os homens de Muhammad al-Deif”, referindo-se ao líder militar do Hamas que foi alvo de um ataque israelita em Gaza no início do mês.
Em Ramallah, o apoio aberto ao Hamas tem sido raro. Ramallah é a capital administrativa da Cisjordânia e é governada pela Autoridade Palestiniana, dominada pela Fatah, que há muito está em desacordo com o Hamas sobre a governação dos dois territórios palestinianos.
"Linha dura" no Irão
Um grupo de apoiantes da linha dura do Governo reuniu-se na Universidade de Teerão também em protesto.
Um dos estudantes disse que o Irão devia dar uma resposta decisiva ao assassinato do líder do Hamas. "Isto é necessário para a nossa segurança e paz. Nenhum país deveria ter a coragem de assassinar um convidado oficial de um país dentro do seu território, na sua capital. Estamos muito tristes com o que aconteceu”, disse.
Outro estudante, Farsi, diz que a presença dos manifestantes servia para condenar o regime sionista e "dizer-lhes que estes são os seus últimos suspiros. Não podem fazer nada. Tudo isto é um sinal de que estão a debater-se num pântano”.
Os manifestantes seguravam fotografias de Haniyeh e gritavam “morte a Israel”, “Alá é o maior” ou “Morte à América”.
O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, prometeu vingança contra Israel.
Marchas de protesto no Líbano
No Líbano, os protestos também marcaram esta quarta-feira.
Centenas de pessoas num campo de refugiados palestiniano, al-Bass, na cidade de Tiro, no sul do país, vestidos com keffiyehs - tradicional lenço quadrado usado à volta da cabeça - marcharam em apoio ao Hamas.
Levavam imagens de Haniyeh hasteadas como bandeiras enquanto gritavam "vingança, vingança das Brigadas Qassam (ala militar do Hamas)” ou “erguemo-nos por amor a Deus."
Abdelmajeed Awad, chefe político do Hamas em Tiro, discursou para a multidão num púlpito. “Haniyeh deixou-nos, mas ficaram centenas, na verdade milhares, de homens que estão a travar a batalha”, disse.
Numa entrevista à Associated Press, o porta-voz do Hamas, Jihad Taha, deixa o aviso. "Israel não conseguirá quebrar a vontade do povo palestiniano nem quebrar a vontade da resistência palestiniana”, disse.
"Mulçumanos vencerão" no Paquistão
Também no Paquistão centenas de pessoas sairam às ruas. Em Karachi, a capital do país, ouviam-se gritos com a promessa "os muçulmanos vencerão”.
“A luta dos palestinianos será impulsionada porque o seu movimento não depende de alguns”, disse Munim Zafar, chefe do movimento Jamaat-e-Islami em Karachi.
“Seja Ismail Haniyeh, Sheikh Yaseen ou Dr. Rantisi, eles deram origem a um movimento que continuará mesmo depois deles”, acrescentou.
A Fundação Palestina do Paquistão organizou um protesto separado, no qual foi feita uma oração em massa por Haniyeh seguida de cânticos, “a guerra terminará com a destruição de Israel.”
Haniyeh foi assassinado no Irão depois de ter assistido à tomada de posse do novo presidente do país, informaram o Irão e o grupo militante na quarta-feira.
Ninguém reivindicou imediatamente a responsabilidade pelo assassinato, mas as suspeitas recaíram rapidamente sobre Israel, que prometeu matar Haniyeh e outros líderes do Hamas desde o ataque do grupo a Israel a 7 de outubro, que desencadeou a guerra em Gaza.