A adesão da Bulgária à zona euro e a obtenção de fundos da UE, no âmbito da pandemia da Covid-19, têm gerado discussão desde que foram anunciadas novas eleições antecipadas no país.
A instabilidade política na Bulgária pode perturbar projetos e negociações com a União Europeia. Desde que foram anunciadas novas eleições antecipadas no país, na segunda-feira, têm surgido questões sobre a nomeação do próximo comissário búlgaro, que deverá ser apresentado, o mais tardar, no final deste mês.
"Espero que estas batalhas eleitorais que começaram na União Europeia tenham um impacto na escolha do comissário. Na minha opinião, é provável que se decida que a atual comissária Iliana Ivanova será a nova candidata", disse o antigo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Bulgária Milen Keremedchiev.
Outro tema que tem gerado debate é a adesão da Bulgária à zona euro, sendo que Sófia espera aderir à moeda única em 2025. No entanto, as dificuldades políticas dos últimos anos estão a tornar este acontecimento pouco provável, pelo menos no tempo previsto.
“O plano era que a Bulgária aderisse à zona euro a 1 de janeiro de 2025. Este parece ser agora um objetivo ilusório. Não houve um relatório positivo da Comissão Europeia. O objetivo da inflação não foi cumprido e o governo provisório provavelmente não terá o músculo político para controlar esses números explicou Dimitar Bechev, membro sénior da Carnegie Europe.
Para além disto, a Bulgária poderá, ainda, ter problemas em obter fundos que lhe foram atribuídos no âmbito do plano europeu de recuperação após a pandemia de Covid-19. Isto porque estes fundos incluem objetivos que os governos têm de cumprir.
Partidos não chegaram a consenso sobre formação do governo
O partido "Há um povo assim" (ITN) devolveu o terceiro mandato de formação de governo ao presidente Rumen Radev, na segunda-feira, não tendo este sido cumprido. O país terá a sua sétima votação antecipada em pouco mais de três anos.
O líder do ITN, Toshko Yordanov, justificou esta decisão com o facto dos partidos não terem conseguido chegar a um consenso sobre a formação de um novo governo.
Apesar do ITN ter convidado todos os grupos parlamentares e deputados independentes para conversações, após ter recebido o mandato de Radev, alguns não aceitaram o convite, tendo deixado claro que não votariam num governo nomeado com o terceiro mandato.