Os pais de Alice da Silva Aguiar, a criança portuguesa de nove anos que morreu num ataque à faca em Southport, apelaram ao fim dos tumultos.
Os habitantes de Southport, em Inglaterra, reuniram-se no domingo para assistir ao primeiro dos três funerais das crianças mortas durante uma aula de dança com a temática de Taylor Swift.
Centenas de pessoas encheram a igreja de St Patrick's Catholic Church e saíram para a rua, decorada com fitas cor-de-rosa e balões em honra de Alice da Silva Aguiar, uma das vítimas. A menina é filha de pais portugueses, naturais da Madeira, e faria 10 anos em outubro. No ataque morreram ainda mais duas crianças, de 6 e 7 anos.
Entre elas encontrava-se Serena Kennedy, chefe de polícia de Merseyside, acompanhada por cerca de 30 agentes da força de segurança e bombeiros, que falou em nome dos pais da vítima, Sérgio e Alexandra, pedindo que ninguém cometesse atos de violência.
"Estou envergonhada e lamento muito que tenham tido de considerar isto ao planearem o funeral da sua preciosa filha, Alice", disse Kennedy, que dirige a polícia de Merseyside, sobre os protestos planeados e os dispositivos especiais de segurança.
"Espero que todos os que participaram na desordem violenta nas nossas ruas nos últimos 13 dias estejam a baixar a cabeça de vergonha pela dor que vos causaram, uma família de luto", acrescentou.
Grupos de extrema-direita utilizaram a desinformação sobre o ataque a uma aula de dança temática de Taylor Swift, em que Alice foi morta, como pretexto para convocar as manifestações anti-imigração.
Os motins terminaram com pilhagens e ataques a mesquitas, lojas pertencentes a imigrantes e hotéis que albergam requerentes de asilo. Os tumultos foram alimentados pelos utilizadores das redes sociais.