Pelo menos 19 pessoas foram mortas em ataques aéreos israelitas durante a noite em Gaza, numa altura em que os mediadores esperam conseguir um acordo de cessar-fogo após meses de negociações controversas.
Os ataques aéreos israelitas em Gaza mataram pelo menos 19 pessoas durante a noite, numa altura em que o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken se dirigia à região para selar um acordo de cessar-fogo.
O último bombardeamento israelita atingiu uma casa na madrugada de domingo na cidade central de Deir al-Balah. De acordo com o Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, morreram uma mulher e os seus seis filhos.
Mohammed Awad Khatab, o avô das crianças, disse que a sua filha, professora, estava com o marido e os filhos quando a casa foi atingida.
A idade das crianças variava entre os 18 meses e os 15 anos, disse ele, acrescentando que o pai foi hospitalizado após o ataque.
"As seis crianças transformaram-se em pedaços de corpos. Foram colocadas num único saco", disse o avô aos jornalistas no exterior do hospital, "O que é que eles fizeram? Mataram algum judeu? Isto vai dar segurança a Israel?
Um outro ataque na cidade de Jabaliya, no norte do país, atingiu dois apartamentos num edifício residencial. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, foram mortos dois homens, uma mulher e a sua filha.
Entretanto, uma porta-voz da UNRWA, a agência das Nações Unidas que apoia os refugiados palestinianos, publicou um vídeo que mostra a extensão dos danos causados por Israel durante os 10 meses de guerra no norte de Gaza.
Um outro ataque no centro de Gaza matou quatro pessoas, de acordo com o Hospital Awda e, no final de sábado, um ataque perto de Khan Younis matou quatro pessoas da mesma família, segundo o Hospital Nasser.
Após meses de negociações controversas, os mediadores dos EUA, Egito e Qatar parecem estar a aproximar-se de um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, após dois dias de conversações em Doha.
Os funcionários americanos e israelitas manifestaram um otimismo cauteloso, mas o Hamas deu sinais de resistência ao que diz serem novas exigências de Israel.
A proposta em evolução prevê um processo em três fases, no qual o Hamas libertaria os reféns capturados durante o ataque de 7 de outubro contra Israel, que desencadeou a guerra mais mortífera de sempre entre israelitas e palestinianos.
Em troca, Israel retiraria as suas forças de Gaza e libertaria os prisioneiros palestinianos.
Uma delegação israelita deverá deslocar-se ao Cairo no domingo para novas conversações e Blinken deverá encontrar-se com Netanyahu na segunda-feira.
Os mediadores esperam pôr fim a uma guerra que, segundo as autoridades sanitárias locais, já matou mais de 40 000 palestinianos, deslocou a grande maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza e provocou uma catástrofe humanitária.
Os especialistas continuam a alertar para a fome e para o surto de doenças como a poliomielite, uma vez que a guerra continua a devastar os palestinianos.