As sondagens mostram que o estado da Geórgia, que deu a Joe Biden uma das suas vitórias mais dramáticas em 2020, está agora empatado.
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, realizou um comício repleto de estrelas no estado da Geórgia, na quinta-feira, levando consigo o antigo presidente Barack Obama para argumentar que uma nova presidência de Trump é mais perigosa do que muitos eleitores imaginam.
Harris espera conquistar os eleitores negros do estado, uma faixa da poppulação que a onde a candidata democrata pode estar a perder algum apoio, em particular entre os homens, segundo revelam as sondagens.
A vice-presidente implorou aos eleitores da Geórgia que considerassem as implicações “brutalmente sérias” de Trump ganhar um segundo mandato na Casa Branca, atacando o ex-presidente, comparando-o aos “predadores, fraudadores e reincidentes” que ela processou no início de sua carreira.
“Eu enfrentei-os e ganhei”, disse Harris. “Bem, Geórgia, daqui a 12 dias, é a vez de Donald Trump”.
Harris disse ainda que, enquanto o seu adversário republicano está concentrado em si próprio e na sua “lista de inimigos”, ela está concentrada nas necessidades quotidianas do povo americano.
“Ou Donald Trump está a pensar na sua lista de inimigos, ou eu estou a trabalhar para vocês, a verificar a minha lista de tarefas. Vocês têm o poder de tomar essa decisão”.
Joe Biden venceu na Geórgia na eleição presidencial de 2020, tornando-se o primeiro candidato presidencial democrata a conquistar o estado do sul, desde Bill Clinton em 1992.
Trump lutou muito para anular a vitória de Biden, tentando, inclusive, pressionar as autoridades estaduais a “encontrar” votos suficientes para virar o jogo. O esforço falhou e Trump enfrenta agora uma acusação criminal que alega que ele e 18 co-réus conspiraram ilegitimamente para alterar o resultado.
A campanha de Harris está tem esperança em manter o estado azul em 2024, com as sondagens a revelarem uma disputa taco a taco entre a democrata e o candidato republicano.
“Quatro anos de um aspirante a rei”
Harris também partilhou o palco com Barack Obama, algo que aconteceu pela primeira vez desde o início da sua campanha.
Obama voltou a troçar de Trump por vender Bíblias e relógios, sugerindo que ele era como um parente mais velho a precisar de intervenção.
“Já repararam que o avô está a agir de forma estranha?" afirmou Barack Obama.
Mas o antigo presidente norte-americano disse que, apesar de as pessoas já não levarem a sério o comportamento de Trump, ele representa um perigo. Acrescentou que um segundo mandato de Trump seria “quatro anos de um aspirante a rei, um aspirante a ditador, que anda por aí a tentar castigar os seus inimigos”.
“A minha pergunta para ti, Geórgia, é: como é que isso te vai ajudar?”, questionou Obama.
Harris também sublinhou que Trump é um potencial perigo para a democracia americana, um tema que ela e os democratas têm vindo a atacar com mais força, à medida que a retórica do ex-presidente se torna mais sombria e as eleições começam a aproximar-se.
“Alguém que diz que devemos acabar com a Constituição dos Estados Unidos da América nunca mais deve ficar atrás do selo do presidente dos Estados Unidos da América”, disse Harris. “Nunca mais.”
Harris e Obama foram acompanhados na Geórgia por um conjunto de grandes nomes, incluindo Bruce Springsteen, que atuou no primeiro concerto da série “When We Vote We Win” da campanha de Harris.