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Uma refeição por dia: ONU alerta para “fome severa” no centro e sul de Gaza

Guerra na Faixa de Gaza tem provocado severas consequências humanitárias
Guerra na Faixa de Gaza tem provocado severas consequências humanitárias Direitos de autor  Abdel Kareem Hana/AP
Direitos de autor Abdel Kareem Hana/AP
De Rory Elliott Armstrong com AP
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A situação piorou devido ao roubo de mais de 100 camiões de ajuda humanitária no fim de semana passado no sul de Gaza. Israel culpa o Hamas.

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Yasmin Eid cozinha uma pequena panela de lentilhas, muito provavelmente a única refeição que ela e a família irão comer durante todo o dia. Vive numa tenda num campo em Gaza, com as quatro filhas e o marido.

Depois de terem sido deslocados cinco vezes, os Eids - originários de Jabaliya - residem no centro de Gaza, onde os grupos de ajuda humanitária têm relativamente mais acesso do que no norte, que tem estado em grande parte isolado e tem sido fortemente destruído desde que Israel começou a fazer uma ofensiva contra o grupo militante Hamas.

Mas, atualmente, quase toda a gente em Gaza está a passar fome. No norte, os especialistas dizem que pode existir uma fome generalizada.

Na quinta-feira, o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu antigo ministro da Defesa, acusando-os de utilizarem “a fome como método de guerra” - acusações que Israel nega categoricamente.

Yasmin Eid cozinha na tenda da família num campo de refugiados em Deir al-Balah, Faixa de Gaza, terça-feira, 19 de novembro de 2024.
Yasmin Eid cozinha na tenda da família num campo de refugiados em Deir al-Balah, Faixa de Gaza, terça-feira, 19 de novembro de 2024. Abdel Kareem Hana/AP

Em Deir al-Balah, os Eids estão entre centenas de milhares de pessoas abrigadas em campos de tendas em sérias condições de degradação. As padarias locais fecharam durante cinco dias esta semana.

O preço de um saco de pão subiu para mais de 13 dólares na quarta-feira, à medida que o pão e a farinha desapareciam das prateleiras antes de chegarem mais abastecimentos.

O serviço humanitário das Nações Unidas alertou para um “aumento acentuado” do número de famílias que passam fome no centro e no sul de Gaza.

Esta situação parece estar relacionada com o assalto à mão armada de cerca de 100 camiões de ajuda humanitária no fim de semana passado no sul de Gaza, perto de posições militares israelitas. Israel culpou o Hamas, mas parece não ter tomado qualquer medida para pôr termo ao saque, enquanto o Hamas afirmou que se tratava de obra de bandidos locais.

No seio da família Eid, a fome é a rotina diária. Há meses que Yasmin e a família vão para a cama com fome.

“Os preços subiram em flecha e não temos dinheiro para comprar nada”, refere a própria.

Sente falta de café, mas um pacote de Nescafé custa cerca de 1,30 dólares. Um quilo de cebolas custa 10 dólares, uma garrafa média de óleo de cozinha 15 dólares - se disponível.

A carne e o frango desapareceram dos mercados há meses, mas ainda há alguns legumes locais.

Israel diz que não impõe limites à quantidade de ajuda que entra em Gaza e culpa as agências da ONU por não a recolherem, apontando para centenas de camiões que vão definhando na fronteira, do lado de Gaza.

Mas os próprios dados militares mostram que a quantidade de ajuda que entrou em Gaza caiu para cerca de 1800 camiões em outubro, contra mais de 4.200 no mês anterior.

Ao ritmo atual, cerca de 2.400 camiões entrariam em Gaza em novembro. Antes da guerra, entravam cerca de 500 camiões por dia.

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