O governo húngaro proibiu os Kneecap de entrarem no país, depois de considerar que a banda irlandesa estava a incitar ao discurso de ódio antissemita. Os protestos têm vindo a aumentar há semanas em torno do trio, que deveria atuar no festival Sziget a 11 de agosto.
De acordo com o jornal húngaro, Magyar Nemzet, a banda irlandesa Kneecap está proibida de entrar na Hungria por propagar discurso de ódio antissemita. Os artistas, que foram convidados para o Festival Sziget, já causaram uma série de escândalos internacionais, com um dos seus membros a ser acusado de terrorismo em tribunal.
As atuaçõs dos Kneecap têm suscitado protestos de organizações judaicas e de defesa dos direitos humanos, e vários artistas liberais assinaram uma petição pedindo a retirada do convite da banda para o Sziget, um dos maiores festivais culturais e musicais da Europa. O documento salienta que os organizadores têm uma grave responsabilidade moral por terem dado espaço a uma "banda odiosa e racista" que celebrou o massacre do Hamas no Festival Nova.
Mas os organizadores do festival recusaram-se até agora a cancelar o convite, invocando o direito à liberdade de expressão.
Os manifestantes dizem que isto não é "cultura" ou "arte", mas sim os tentáculos de movimentos anti-Israel, antivida, teocráticos e totalitários que espalham as suas ideias disfarçadas de música.
A carta aberta citava ataques terroristas específicos, incluindo o ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023, no qual mais de 1200 civis israelitas foram mortos, estando muitos ainda feitos reféns, e o atentado bombista do Hezbollah em Buenos Aires, em 1994, no qual 85 civis judeus foram mortos.
De acordo com a legislação húngara, nos casos especificados na lei, a autoridade policial tem o direito de impor proibições de entrada e de residência a nacionais de países terceiros se estes representarem uma ameaça para a segurança nacional, a segurança pública ou a saúde pública.