Presidente da Colômbia, Gustavo Petro, reagiu à polémica gerada por uma despesa de cerca de 40 euros numa discoteca de Lisboa, revelada num relatório da Unidade de Informação e Análise Financeira (UIAF).
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, abordou na quinta-feira a polémica gerada por um pagamento de cerca de 40 euros registado na discoteca Ménage Strip Club, em Lisboa , durante uma viagem oficial em maio de 2023. A despesa consta de um relatório da Unidade de Informação e Análise Financeira(UIAF), entidade ligada ao Ministério das Finanças, que analisou os seus movimentos bancários entre 2023 e 2025.
A publicação do documento faz parte de uma série de relatórios que o próprio presidente pediu para tornar públicos. Na rede social X, Petro escreveu: "Há duas coisas que aprendi na vida: não dormir com uma mulher de quem não nasce nada no meu coração e não comprar sexo quando ainda sou capaz de sedução e poesia. Há que combinar sempre a sexualidade com a cultura, a isso chama-se erotismo".
O relatório financeiro inclui dados sobre várias contas em entidades como o BBVA e o Scotiabank, pagamentos associados a hipotecas, movimentos mensais e compras efetuadas dentro e fora do país. De acordo com a UIAF, os registos refletem operações bancárias regulares e não constituem, por si só, prova de irregularidade.
Referindo-se a outras acusações internacionais, Petro declarou: "As minhas contas bancárias ao longo dos anos provam que eu sou o chefe do tráfico de drogas no país, ou estou a ser caluniado?". O presidente colombiano afirma que a publicação dos dados visa mostrar que não há ligações a atividades ilícitas, na sequência das recentes tensões diplomáticas decorrentes da interpelação de Petro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre ligações ao narcotráfico.
A viagem oficial em que ocorreram as despesas em Lisboa incluiu reuniões políticas e atividades públicas em Portugal. O Ménage Strip Club, onde foi registado o pagamento, consta do relatório como um estabelecimento de entretenimento para adultos situado na zona do Cais do Sodré.
A revelação do documento provocou reações de vários setores políticos, que pediram esclarecimentos sobre as despesas efetuadas em viagens oficiais e os critérios utilizados para auditar altos funcionários. Até à data, não foi anunciado qualquer inquérito judicial na sequência deste caso.