Realizador de filmes como Wall Street, JFK, Platoon ou mais recentemente Snowden, autor ainda de argumentos para muitos outros filmes, Oliver Stone é um nome que já dispensa apresentações. O norte-americano foi agora homenageado no Festival Lumière, em Lyon e falou em exclusivo com a Euronews. A carreira e a filmografia de Stone são indissociáveis da história recente dos Estados Unidos.
"Toda a minha vida está ligada aos filmes e, ao mesmo tempo, à história americana, porque fiz filmes sobre a história do país e, ao mesmo tempo, fui testemunha de todos esses acontecimentos. O assassínio de Kennedy, a Guerra do Vietname. Achei que poderia usar esse testemunho e aliá-lo à minha capacidade de ver, questionar e criticar", explicou.
Nesta passagem pelo festival francês dedicado aos clássicos do cinema, Stone aproveitou para promover e autografar cópias do livro de memórias Chasing the Light, que conta as experiências que viveu entre os anos 50 e 80 e o fizeram mudar de visão política.
"Não digo no livro aquilo que penso neste momento, porque o meu ponto de vista evoluiu. Inicialmente era muito conservador. Continuei a ser relativamente conservador durante a guerra do Vietname, mas regressei chocado. Aquilo que vimos foi muito feio, fez-me reconsiderar o que pensava. Esse e outros episódios contribuíram para descobrir coisas que desconhecia sobre o meu país. Foi uma descoberta tardia", diz.
A experiência de Stone com o Vietname e o desencanto com a cegueira patriótica foram a inspiração para Nascido a Quatro de Julho, o filme de 1989 com Tom Cruise no papel principal que é agora apresentado no festival em cópia restaurada. O Festival Lumière dura até ao dia 18 de outubro.