Músicos afegãos querem formar nova escola em Portugal

Quando dentro do Afeganistão deixou de haver espaço para música, este grupo de músicos afegãos decidiu romper fronteiras e levar um pouco da cultura agora proibida no país a outras paragens.
Com os instrumentos que conseguiram esconder do controlo talibã na saída de Cabul, estudantes e funcionários do Instituto Nacional de Música do Afeganistão (ANIM) reuniram-se no Qatar.
O momento, celebrado em Doha com um concerto, é apenas o início de uma jornada, ainda a quilómetros de distância do destino final.
"O nosso próximo destino, a seguir ao Qatar, é Portugal, o destino final para a nossa comunidade. Lá vamos poder ir à escola, continuar a nossa música, música afegã, claro, mas também música clássica europeia juntos, como fazíamos em Cabul", afirma o maestro Mohammed Qambar.
Apesar de ainda não haver legislação, a música não-religiosa é mal vista pelos talibãs. E o instituto é um alvo do movimento, por ter adotado um sistema de ensino de música ocidental e com turmas mistas.
Em Portugal, estes alunos e professores vão juntar-se a outra centena de músicos afegãos exilados e poder prosseguir os estudos musicais. Ao todo, 284 pessoas terão uma nova oportunidade de preservar a música afegã e de a partilhar com novos públicos.