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J.K. Rowling e Elon Musk citados em ação judicial movida por Imane Khelif

J.K. Rowling e Elon Musk citados em ação judicial por cyberbullying movida pela campeã olímpica Imane Khelif
J.K. Rowling e Elon Musk citados em ação judicial por cyberbullying movida pela campeã olímpica Imane Khelif Direitos de autor test auteur/test source texte
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De  David Mouriquand
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Artigo publicado originalmente em inglês

"Se o caso for a tribunal, eles serão julgados". As duas celebridades foram citadas numa queixa criminal apresentada pela campeã olímpica por alegados "atos de assédio virtual agravado".

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J.K. Rowling e Elon Musk foram ambos citados numa queixa criminal apresentada pela pugilista argelina Imane Khelif, por alegados "atos de assédio virtual agravado".

De acordo com um relatório da Variety, Khelif, 25 anos, apresentou uma queixa às autoridades francesas por assédio online, que sofreu durante os Jogos Olímpicos de Paris de 2024.

Nabil Boudi, o advogado que representa Khelif, confirmou que, tanto Rowling como Musk, são mencionados na queixa, que foi apresentada no centro anti-ódio online do Ministério Público de Paris, na sexta-feira (9 de agosto).

"J.K. Rowling e Elon Musk são citados no processo, entre outros", afirmou Boudi, acrescentando que Donald Trump faria parte da investigação. "Trump tweetou, por isso, quer seja ou não citado no nosso processo, será inevitavelmente investigado como parte da acusação."

Se o Ministério Público acusar alguém ao abrigo do estatuto, poderá ser condenado a dois a cinco anos de prisão e a dezenas de milhares de euros em multas.

Imane Khelif na cerimónia de entrega de medalhas do combate de boxe feminino de 66 kg nos Jogos Olímpicos de verão de 2024
Imane Khelif na cerimónia de entrega de medalhas do combate de boxe feminino de 66 kg nos Jogos Olímpicos de verão de 2024AP Photo/Ariana Cubillos

Durante os Jogos Olímpicos, Khelif foi alvo de uma onda de desinformação e de críticas que se transformaram numa autêntica caça às bruxas.

Os detratores fizeram-se ouvir após o combate de Khelif contra a italiana Angela Carini, sujeitando-a ao ódio online relativamente à sua elegibilidade para competirna categoria feminina de boxe dos Jogos Olímpicos.

Muitos acusaram Khelif de ser um homem - independentemente do facto de ela ter nascido mulher, constar como mulher no seu passaporte e nunca se ter identificado como transgénero.

O Comité Olímpico Internacional afirmou, repetidamente, as qualificações da atleta para competir na divisão feminina.

Rowling fez vários comentários no X e acusou Khelif de "gostar da angústia de uma mulher a quem acabou de dar um murro na cabeça".

O bilionário Elon Musk, proprietário do X, respondeu a uma publicação da nadadora Riley Gaines, que dizia que "o lugar dos homens não é nos desportos femininos", escrevendo: "Absolutamente".

Apesar da onda de ódio online, Khelifganhou a medalha de ourona final feminina de 66 kg e, após a sua vitória nos quartos de final contra a húngara Anna Luca Hamori, declarou: "Quero dizer ao mundo inteiro que sou uma mulher e continuarei a ser uma mulher".

Imane Khelif, da Argélia, festeja a vitória sobre Yang Liu, da China, no combate de boxe feminino de 66 kg dos Jogos Olímpicos de verão de 2024 -9 de agosto de 2024
Imane Khelif, da Argélia, festeja a vitória sobre Yang Liu, da China, no combate de boxe feminino de 66 kg dos Jogos Olímpicos de verão de 2024 -9 de agosto de 2024AP Photo/Ariana Cubillos

Boudi explicou que a ação judicial foi apresentada contra o X para "garantir que o Ministério Público tem toda a latitude para poder investigar todas as pessoas" e que, embora a queixa mencione nomes, "o que estamos a pedir é que o Ministério Público investigue não só estas pessoas, mas quem quer que seja que considere necessário".

"Se o caso for a tribunal, eles serão julgados".

Apesar de o processo ter sido instaurado em França, Boudi acrescentou que "pode visar personalidades no estrangeiro" e que os procuradores podem pedir ajuda a outros países.

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J.K. Rowling
J.K. RowlingGrant Pollard/Invision/AP

J.K.Rowling tem feito repetidos comentários transfóbicos na Internet. Nos últimos anos, Rowling foi alvo de uma forte reação negativa devido às suas afirmações de que as mulheres trans "não são mulheres" e à sua declaração de que preferiair para a prisão a referir-se a uma pessoa trans pelos seus pronomes preferidos.

Em março, a jornalista britânica India Willoughby apresentou uma queixa crime contra a autora de Harry Potter, alegando transfobia. Em maio, Rowling apareceu na publicação de "The Women Who Wouldn't Wheesht", uma coleção de mais de 30 ensaios e fotografias de mulheres escocesas que afirmam estar na "linha da frente da batalha pelos direitos das mulheres".

No ensaio, Rowling critica a duplicidade de critérios dos amigos que se apressaram a criticar os seus pontos de vista sobre os direitos dos transexuais, afirmando ter sido surpreendida por colegas que condenaram os seus pontos de vista em público, mas que depois lhe enviaram um e-mail privado para continuarem amigos.

Quanto a Musk, desde queadquiriu o Twitter por44 mil milhões de dólares, há dois anos, as informações falsas e enganosas - bem como o discurso de ódio - aumentaram no fórum digital. Musk foi alvo de muitas críticas por ter despedido demasiadas pessoas que controlavam a desinformação quando assumiu o controlo em outubro de 2022, e de grupos de defesa dos direitos civis por ter permitido mais publicações prejudiciais e abusivas.

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Outras fontes • Variety, Reuters

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