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Como é que Nicolás Maduro vai antecipar o Natal para 1 de outubro na Venezuela?

O presidente Nicolas Maduro fala a apoiantes em Caracas, Venezuela, a 3 de dezembro de 2023.
O presidente Nicolas Maduro fala a apoiantes em Caracas, Venezuela, a 3 de dezembro de 2023. Direitos de autor Matias Delacroix/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Matias Delacroix/Copyright 2023 The AP. All rights reserved
De  Roberto FerrerAP
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Artigo publicado originalmente em inglês

O presidente da Venezuela decretou o início antecipado da época natalícia. No entanto, no meio de uma profunda crise política, nem toda a gente no país está com disposição para cantar canções de Natal.

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"Este ano, como forma de vos homenagear a todos, e em agradecimento a todos, vou decretar um Natal antecipado para 1 de outubro", disse o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na segunda-feira à noite no Con Maduro+, o seu programa semanal de televisão.

Esta não é a primeira vez que Maduro, que está no poder desde 2013, antecipa a época natalícia. De acordo com a imprensa latino-americana, isso se tornou uma tradição desde que ele sucedeu o presidente anterior, Hugo Chávez.

Mas, este ano, é mais cedo do que nunca...

Em 2020, em plena pandemia de COVID-19, Maduro decretou o início do Natal a 15 de outubro. Em 2021, anunciou-o a 5 de outubro com um vídeo nas redes sociais que mostrava a decoração do Palácio de Miraflores, a sede do governo.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro em outubro de 2021, mostrando as decorações de Natal no Palácio de Miraflores, sede do governo.

O que significa realmente um Natal antecipado?

Apesar do entusiasmo do Presidente ao anunciar a sua decisão, é pouco provável que o decreto tenha um grande impacto na vida quotidiana.

Como explicaram vários meios de comunicação, citando a agência de notícias EFE, o principal efeito será a colocação de decorações de Natal em espaços públicos.

Além disso, a população venezuelana não parece estar com vontade de cantar canções de Natal. "Estamos todos preocupados com a forma como vamos pôr comida na mesa, como vamos pagar o autocarro, mandar as crianças para a escola e comprar medicamentos quando precisarmos", disse Inés Quevedo, uma secretária de 39 anos e mãe de dois filhos, à agência noticiosa AP.

"Não creio que melhorem os nossos salários ou nos paguem o 'aguinaldo'", acrescentou, referindo-se aos bónus de Natal que os trabalhadores normalmente recebem no final do ano.

Uma criança segura um boneco de ação “Super Bigote”, inspirado no Presidente Nicolas Maduro, um presente de Natal entregue por funcionários do governo, 27 de dezembro de 2022.
Uma criança segura um boneco de ação “Super Bigote”, inspirado no Presidente Nicolas Maduro, um presente de Natal entregue por funcionários do governo, 27 de dezembro de 2022.Jesus Vargas/Copyright 2022 The AP. All rights reserved

O país está mergulhado numa profunda crise política desde as últimas eleições presidenciais de 28 de julho, em que tanto Maduro como o candidato da oposição, Edmundo González, reivindicaram a vitória.

Apesar dos pedidos da comunidade internacional, o partido no poder venezuelano ainda não divulgou os registos eleitorais que comprovam a sua vitória.

A UE não reconhece nenhum dos dois candidatos. "Ele [Nicolás Maduro] continuará a ser presidente de facto, mas negamos a legitimidade democrática com base em resultados que não podem ser verificados", disse o principal diplomata da UE, Josep Borrell, após uma reunião ministerial informal em Bruxelas, na semana passada.

Poucas horas antes do anúncio do feriado de Maduro, um juiz venezuelano emitiu um mandado de prisão para Edmundo González, acusando-o de vários crimes, incluindo conspiração, falsificação de documentos e usurpação de poderes.

"Veremos o que é este Natal", disse Inés Quevedo.

Outras fontes • La Nación, VTV

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