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Sophia Loren faz 90 anos: os papéis e os prémios internacionais da diva do cinema italiano

Sophia Loren
Sophia Loren Direitos de autor Luca Bruno/Copyright 2019 The AP. All rights reserved.
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De  euronews
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Artigo publicado originalmente em italiano

Ícone italiano e internacional que fez a história do cinema mundial, Sophia Loren tem 90 anos. Do David di Donatello aos Óscares, passando pela Palma de Ouro, eis os prémios que recebeu ao longo da sua excelente carreira.

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Sophia Loren, diva incontestável do cinema italiano, completa hoje, dia 20 de setembro, 90 anos de idade. Ícone intemporal da cena nacional e internacional, Sophia Loren fez história no cinema mundial, tornando-se não só um sex-symbol incontestável, como também uma das atrizes mais famosas e influentes em todo o mundo a partir da década de 1960.

A atriz italiana de nacionalidade francesa enfeitiçou Hollywood graças à sua beleza e à capacidade de interpretar magistralmente papéis que vão da comédia ao drama, mantendo sempre o seu traço artístico distintivo.

"Por ocasião do seu aniversário, gostaria de lhe enviar os meus sinceros votos de felicidades, bem como o agradecimento da República pela sua extraordinária carreira cinematográfica, marcada pela atribuição de numerosos e prestigiados prémios nacionais e internacionais. A sua elegância, o seu charme e a sua atuação inimitável caracterizaram um grande número de filmes italianos e estrangeiros, que contribuíram para a melhor história do cinema, fazendo dela uma imagem da beleza e da arte italianas no mundo". Estas são as palavras da mensagem de felicitações que lhe foi enviada pelo Presidente da República de Itália, Sergio Mattarella.

Uma juventude conturbada antes do sucesso

Nascida em Roma a 20 de setembro de 1934, Sofia Villani Scicolone, o seu verdadeiro nome, teve uma infância conturbada. A mãe, Romilda Villani, professora de piano, e o pai, Riccardo Scicolone, funcionário dos caminhos-de-ferro do Estado, não eram casados. O pai era uma figura quase sempre ausente, o que a obrigava e à mãe a viverem em condições económicas precárias.

Em 1932, a mãe ganhou um concurso em Hollywood como sósia da atriz italiana Greta Garbo, mas quando engravidou, desistiu de sair de Itália. De facto, a família obrigou-a a regressar a Pozzuoli devido a dificuldades económicas. Aí, Sofia passou a sua infância e o início da adolescência, tendo vivido em primeira mão os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial.

A sua vida mudou em 1950, quando, aos quinze anos, participou e ganhou o seu primeiro concurso de beleza. Graças ao dinheiro do prémio, ela e a mãe puderam regressar a Roma. Este título de Miss Elegância custou-lhe uma queixa do pai por alegada prostituição, mas foi também a ocasião em que realizadores e produtores repararam nela pela primeira vez.

Entre eles estava Carlo Ponti, que viria a ser o seu futuro marido e companheiro de vida. O produtor de cinema franco-italiano ofereceu-lhe um contrato de sete anos para atuar nos seus filmes. Assim começou não só uma parceria profissional, mas também um intenso caso de amor.

Ponti, na altura com 38 anos, era casado e tinha dois filhos. Em 1956, foi para o México e obteve o divórcio, que ainda não era permitido em Itália. Em 1965, Ponti também se divorciou oficialmente em França e casou com Loren: o longo casamento, no qual tiveram dois filhos, durou até à morte dele.

Após a união, o presidente Georges Pompidou concedeu-lhes a cidadania francesa.

Estreia em Hollywood nos anos 60

Foi Ponti quem lhe sugeriu que mudasse o seu apelido para Loren, pois soava melhor no mercado internacional.

A ambição da jovem atriz não era a Itália, mas Hollywood. E Sophia Loren chegou lá rápida e imediatamente, com grande sucesso.

A sua estreia no cinema teve lugar logo em 1953, ao lado de grandes figuras do cinema italiano. O seu primeiro filme, Aida, produzido por Ponti, foi seguido, entre outros, por Duas noites com Cleópatra com Alberto Sordi, O ouro de Nápoles realizado por Vittorio De Sica, Totó rico e pobre com Totò e A rapariga do rio Pó de Mario Soldati.

Em Que pena seres vigarista! (1954), realizado por Alessandro Blasetti, Loren contracenou pela primeira vez com o ator Marcello Mastroianni: o filme lançou um dos casais mais famosos e emblemáticos do cinema italiano, mais tarde reproduzido em numerosos filmes de sucesso.**

É o caso de Ontem, hoje e amanhã (1963), um filme episódico realizado por Vittorio De Sica, que ganhou o Óscar de melhor filme estrangeiro em 1965. A famosa cena de sedução protagonizada pelo casal Loren-Mastroianni permanece icónica. Loren rodou oito filmes com De Sica, quase todos com Mastroianni.

Em 1955, começaram a surgir os primeiros reconhecimentos internacionais: a conhecida revista americana Life dedicou-lhe uma capa e, no mesmo ano, foi a atriz mais fotografada no Festival de Cinema de Cannes, em França.

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Na década de 1960, Loren alcançou o sucesso internacional, fazendo sucesso em Hollywood e tornando-se o símbolo da beleza italiana no mundo. Nesses anos, trabalhou ao lado de actores como Cary Grant - com quem admitiu ter tido um flirt - William Holden, John Wayne, Paul Newman, Frank Sinatra e com realizadores americanos consagrados, incluindo Charlie Chaplin.

Durante estes anos, a atriz também participou em várias produções cinematográficas europeias, incluindo o seu papel em Madame Sans-Gêne (1961), realizado pelo realizador francês Christian-Jaque, no qual Loren interpretou a lavadeira Catherine.

A partir da década de 1970, as aparições de Loren no cinema diminuíram, coincidindo com a sua maternidade. Após uma série de tentativas infelizes, nasceram os seus dois filhos com Ponti: Carlo Jr. em 1968 e Edoardo em 1973. Nos últimos anos, tem participado sobretudo em produções televisivas.

Prémios italianos e internacionais: 3 prémios de carreira

Sophia Loren ganhou um total de 28 prémios e recebeu 9 nomeações.

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Entre os prémios, contam-se dois Óscares. O papel de Cesira - inicialmente oferecido a Anna Magnani - em La Ciociara (1960), um filme produzido por Ponti e realizado por Vittorio De Sica, valeu-lhe a estatueta de Melhor Atriz em 1962: foi a primeira interpretação em língua não inglesa a ganhar este prémio. No entanto, Loren não compareceu à cerimónia por receio de desmaiar de emoção, segundo a própria.

Em 1991, recebeu o Óscar honorário, que, juntamente com o Leão de Ouro do Festival de Cinema de Veneza em 1998 e o David di Donatello em 1999, constitui o tríptico dos seus prémios de carreira. Entre os nomes famosos que foram galardoados com um Óscar vitalício contam-se Charlie Chaplin, Paul Newman, Kirk Douglas, Federico Fellini, Spike Lee, Michelangelo Antonioni, Ennio Morricone e Jackie Chan.

Loren é também a atriz italiana que ganhou o maior número de David di Donatello para Melhor Atriz na história do prémio: nada menos do que sete, dos onze Davids totais que ganhou. O último foi em 2021, por Uma vida à sua frente, do filho Edoardo Ponti.

"A primeira vez que recebi um David di Donatello foi há mais de sessenta anos, mas esta noite ainda parece a primeira", disse nessa ocasião, "a emoção é a mesma". "Sem cinema não posso viver", acrescentou.

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Os prémios que recebeu incluem cinco Globos de Ouro, dois prémios no Festival de Veneza, um prémio no Festival de Cannes, um prémio no Festival de Berlim, onze prémios David di Donatello, quatro prémios Nastri d'Argento, um prémio Bafta e um prémio César.

Em 1999, o American Film Institute classificou-a em 21º lugar entre as maiores atrizes de cinema dos EUA de todos os tempos.**

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