Graças às turbinas flutuantes, estima-se que a energia eólica offshore passe de 3% para 25% do consumo de eletricidade na Europa, até 2050.
A produção de energia eólica em alto mar está em expansão. A euronews visitou uma instalação de turbinas na zona costeira da Bélgica.
A euronews acompanhou uma equipa que trabalha num parque eólico do Mar do Norte, a cinquenta quilómetros da costa de Oostende. As turbinas são instaladas longe da costa, para aproveitar ao máximo a força do vento.
"Quanto mais longe estivermos da costa, mais estável e enérgico será o vento. Por outro lado, as pessoas não querem as turbinas perto da vista, por isso são colocadas mais longe”, explicou Kristof Verlinden, gestor de operações e manutenção da Parkwind.
As 399 turbinas da costa de Oostende fornecem 10% do consumo diário de eletricidade da Bélgica. As turbinas do parque erguem-se 188 metros acima do nível do mar. As maiores têm 220 metros de altura.
"A tendência é usar turbinas maiores. Porque para cada turbina é preciso instalar uma base, é preciso navios e toda uma tripulação. Se pudermos produzir 15 megawatts ao mesmo tempo, em vez de cinco vezes três megawatts, é possível ganhar tempo e dinheiro. Mas, no final, é preciso construir mais, numa superfície cada vez maior", explicou Kristof Verlinden.
O parque eólico de Oostende atingiu a capacidade máxima. Foram concedidas novas licenças, do Oeste da Irlanda, ao Báltico.
Os fatores que afetam a produção da energia eólica
O estado do tempo e o clima são fatores importantes para a produção de energia eólica já que a velocidade média do vento na Europa pode variar 6% ao longo do ano.
“É muito importante ter em mente que uma pequena mudança nas condições do vento, nem que seja umas décimas de metro por segundo, pode afetar a viabilidade de um projeto. Obriga a mudar o tipo de máquinas utilizadas e a disposição das máquinas", disse à euronews Gil Lizcano, especialista em dados de longo prazo sobre o vento.
As turbinas flutuantes
Outro fator determinante para a viabilidade de um projeto eólico é a profundidade do mar. Muitos dos melhores locais em termos de vento situam-se em águas profundas, onde não é possível instalar pilares para as turbinas. Mas há uma solução.
"Houve um progresso da tecnologia e agora somos capazes de instalar turbinas flutuantes. O que nos dá a possibilidade de desenvolver projetos eólicos marítimos em muitas regiões que têm muito vento, em que existe a possibilidade de uma ligação à rede em sítios onde a profundidade do mar é elevada", explicou Gil Lizcano.
Graças às turbinas flutuantes, estima-se que a energia eólica offshore passe de 3% para 25% do consumo de eletricidade na Europa, até 2050.
Os dados do Serviço de Alterações Climáticas Copernicus
Se vive na Europa e achou que esteve mais frio do que a média no mês passado, acertou. Em toda a região, as temperaturas estiveram 0,9 graus Celsius abaixo da nova média de 1991-2020, de acordo com o Serviço Europeu de Alterações Climáticas Copernicus.
Na Europa Central e Ocidental, a temperatura esteve mais de 2 graus abaixo da média, em abril. A Eslovénia bateu um novo recorde mensal de temperatura mínima e o Reino Unido registou a temperatura média mínima mais baixa desde abril de 1922.
O problema das geadas tardias
Em França, vinhas e pomares foram devastados devido às fortes geadas. Uma das razões pelas quais as consequências da geada são tão importantes é porque, em geral, o tempo está mais quente no início do ano.
"É preciso ter muito cuidado com as geadas tardias, porque agora o aquecimento global faz com que o período de crescimento seja maior. E a primavera começa mais cedo. Por isso, as plantas podem ficar expostas ao gelo no mês de abril, o que é normal, mas, agora, isso acontece quando o desenvolvimento da planta está numa fase mais avançada”, explicou Robert Vautard, diretor do Instituto Pierre-Simon Laplace.