Previsões apontam para o regresso do El Niño em 2023

Tempestade El Niño pode regressar em 2023
Tempestade El Niño pode regressar em 2023 Direitos de autor Raychel Sanner
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Segundo uma nova análise do Gabinete de Meteorologia da Austrália, as temperaturas da superfície do mar atravessarão a barreira do El Niño até Agosto

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O mundo poderá enfrentar uma tempestade El Niño extrema no final deste ano.

O termo refere-se a um fenómeno climático global onde as águas do Oceano Pacífico se tornam mais quentes do que a média habitual.

De acordo com uma nova análise do Gabinete de Meteorologia da Austrália, sete modelos de previsão diferentes sugerem que as temperaturas da superfície do mar atravessarão a barreira do El Niño até Agosto.

"Há aproximadamente 50% de probabilidades de um El Niño em 2023", advertem os especialistas australianos.

O evento climático pode ter efeitos dramáticos, desde ondas de calor abrasador até tempestades mais fortes.

Eis como os cientistas climáticos prevêem que o El Niño venha a afetar a temperatura global, o clima e a vida marinha.

O que é o El Niño?

O evento climático El Niño é responsável pelo aumento da temperatura global e pelo agravamento de eventos climáticos extremos.

É causado pelas temperaturas e ventos oceânicos no Pacífico que alternam entre o aquecimento do El Niño e o arrefecimento da La Niña.

Este ano já está previsto ser mais quente do que 2022 e o quinto ou sexto ano mais quente de que há registo.

Os efeitos do El Niño levam meses a ser sentidos o que pode significar que em 2024 se venham a quebrar recordes de temperatura.

Como é que o El Niño afecta o clima?

O El Niño empurra a água quente do Oceano Pacífico para leste, fazendo com que a corrente do Pacífico se desloque para sul da sua posição neutra.

Isto produz um clima mais seco e quente no norte dos EUA e chuvas intensas e inundações na costa do Golfo e sudeste dos EUA.

Na Europa, pode levar a invernos mais frios e secos no norte e invernos mais húmidos no sul.

Durante o fenómeno, a temperatura global aumenta cerca de 0,2 graus Celsius, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA).

Isto pode significar a quebra do limite crucial de 1,5 graus Celsius de aquecimento global.

"A probabilidade de ter o primeiro ano a 1,5 graus Celsius no próximo período de cinco anos é agora de cerca de 50:50", disse ao The Guardian o Professor Adam Scaife do Gabinete Meteorológico do Reino Unido.

Como resultado, o mundo irá enfrentar ondas de calor mais intensas, estações quentes prolongadas e tempestades mais potentes.

A Indonésia e a Austrália irão provavelmente sofrer com um clima mais quente e seco e com uma maior possibilidade de incêndios florestais.

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As monções na Índia e as chuvas na África do Sul poderão ser reduzidas, enquanto a África Oriental poderá ter mais chuvas e inundações.

O El Niño também aumenta a atividade dos furacões no Pacífico, significando que locais como o Havai correm o risco de ciclones tropicais.

Como é que o El Niño afeta a vida marinha?

O El Niño também põe em perigo a vida marinha ao longo da costa do Pacífico. Em condições normais, um fenómeno conhecido como "upwelling" traz água fresca e rica em nutrientes das profundezas do oceano.

Quando ocorre o El Niño, este processo é suprimido ou completamente interrompido. Isto significa menos fitoplâncton ao longo da costa, resultando em menos alimento para certos peixes.

Em Março, os cientistas descobriram que as temperaturas globais à superfície do mar estavam a um nível recorde. O El Niño é susceptível de agravar a situação.

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A água mais quente causa igualmente o branqueamento nos recifes de coral, deixando-os em maior risco de morte.

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