As correntes oceânicas quentes causadas pelo El Niño estão na origem da morte de pelicanos, gaivotas e outras aves selvagens.
No início do ano, quando centenas de aves foram encontradas mortas ao longo da costa mexicana do Pacífico, os especialistas suspeitaram de gripe aviária.
Mas os testes efetuados sugerem agora que o aquecimento das correntes oceânicas do Pacífico associado ao El Niño foi o responsável.
As conclusões foram anunciadas ontem pelo governo, numa altura em que as autoridades apelam às pessoas para terem cuidado com a vaga de calor "atípica" que atinge todo o país.
O El Niño é um aquecimento natural, temporário e ocasional de uma parte do Pacífico que altera os padrões climáticos em todo o mundo.
Em maio, Michelle L'Heureux, da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, afirmou que o fenómeno meteorológico se tinha formado um ou dois meses mais cedo do que o habitual este ano. Isso "dá-lhe espaço para crescer", explicou; há 56% de hipóteses de ser considerado forte e 25% de atingir níveis superdimensionados.
El Niño suspeito de causar a fome das aves
O Departamento de Agricultura do México disse ontem (15 de junho) que os testes efetuados às aves mortas revelaram que estas morreram de fome e não de gripe.
O aquecimento das águas superficiais no Pacífico causado pelo El Niñopode levar os peixes para águas mais profundas e frias, tornando mais difícil para as aves encontrarem comida, disse o departamento.
A maioria das aves mortas eram cagarros, gaivotas e pelicanos.
O México atingido por uma onda de calor "atípica
Os dados do Ministério da Saúde até 9 de junho mostram que pelo menos seis pessoas morreram este ano em consequência das temperaturas mais elevadas do que o normal.
Para esta semana, o serviço meteorológico do México prevê temperaturas acima dos 30ºC em todos os 32 estados do país. Em Monterrey, a capital do estado de Nuevo Leon, os trabalhadores dos serviços de emergência distribuíram copos de água fria quando a temperatura ultrapassou os 40ºC.
Erik Cavazos, chefe da agência de serviços de emergência de Nuevo Leon, explicou que nos últimos 20 anos não houve uma onda de calor tão longa e, por isso, foi rotulada de atípica.
A onda de calor vai continuar por mais 10 a 15 dias, de acordo com a previsão dos cientistas do Instituto de Ciências Atmosféricas e Alterações Climáticas da Universidade Nacional Autónoma do México.