União Europeia "espera" pela vitória final de Macron em França

Alguns politólogos consideram que os resultados da primeira volta das eleições presidenciais francesas representam uma rejeição do sistema político, devido à derrota dos chamados partidos convencionais.
O país é visto como um dos motores do projeto europeu e a euronews foi ouvir alguns cidadãos em Bruxelas, capital das instituições europeias.
Uma funcionária europeia francesa disse que “é uma espécie de colapso o facto de Marine Le Pen, embora ficando em segundo lugar, ter conseguido obter sete milhões de votos”.
“A segunda volta deixa-nos confrontados com uma escolha que seja contra a Frente Nacional, mas não é uma alternativa de projeto de sociedade, porque não me revejo no projeto defendido por Emmanuel Macron”, acrescentou.
Macron é um europeísta convicto, já Le Pen quer tirar a França da União Europeia, num referendo ao estilo Brexit.
Um cenário que não assusta um engenheiro belga, afirmando que “se dois grandes países, tais como a França e o Reino Unido, saíssem da União Europeia, tal significaria um retrocesso. Penso que é improvável que isso venha a acontecer, logo estou muito satisfeito com o resultado das eleições”.
A sombra da extrema-direita tem sido descrita como uma ameaça ao projeto europeu, que superou já a primeira prova nas eleições holandesas, mas para outro cidadão francês “o clima de ansiedade é algo criado pela imprensa”.
“Não creio que a União Europeia esteja preocupada com o que vai acontecer em França. Penso que será a rotina habitual, com os mesmos do costume”, referiu ainda.
A França é a segunda etapa dessa maratona eleitoral, que culminará com o escrutínio alemão em setembro, onde a extrema-direita tem feito grandes avanços eleitorais.