Defensores dos Rohingya prometem vigiar Myanmar

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De  Isabel Marques da SilvaShona Murray
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O governo da Gâmbia, que apresentou a queixa, e os ativistas pelos direitos do povo Rohingya prometem vigiar a ação das autoridades de Myanmar que foram instadas, pelo Tribunal Penal Internacional, a evitar novos atos de violência contra esta minoria muçulmana.

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O tribunal superior das Nações Unidas ordenou ao governo de Myanmar que tome medidas para evitar o genocídio dos Rohyinga, uma minoria muçulmana daquele país de maioria budista.

"Deverá tomar todas as medidas ao seu alcance para impedir a prática de todos os atos, em particular matar membros deste grupo, causar sérios danos corporais ou mentais aos membros do grupo", disse Abdulqawi Yusuf, presidente do Tribunal Penal Internacional (TPI).

A queixa foi apresentada pela Gâmbia junto do TPI, sedeado nos Países Baixos, para denunciar a violência que causou milhares de mortos e levou à fuga de cerca de 700 mil pessoas para o vizinho Bangladesh, segundo dados da ONU.

"Este é um dia histórico, não apenas para o direito internacional e para a comunidade internacional, mas, especialmente, para os Rohingya. Penso que o facto do tribunal ter tomado uma decisão por unanimidade dos 17 juízes, oriundos de diferentes partes do mundo e representando diferentes culturas e valores, é sinal de que o genocídio não pode ser nunca tolerado", afirmou Abubacarr Marie Tambadou, Procurador-Geral da Gâmbia.

A líder civil de Myanmar, Aung San Suu Kyi, aceitou testemunhar, em dezembro, e argumentou que o tribunal não tinha jurisdição sobre o seu país, negando a prática deste tipo de crimes.

Aung San Suu Kyi falou de casos isolados, que estavam a ser devidamente acompanhados pelas autoridades do país, mas os queixosos esperam que aceite o veredicto.

"O fato de membros do país terem estado presentes no tribunal, esta manhã, mostra que Myanmar, no que diz respeito a este caso, age com um membro responsável da comunidade internacional. Acredito que serão coerentes nessa atitude e que cumprirão as indicações dadas pelo tribunal", acrescentou Abubacarr Marie Tambadou.

Os ativistas pelos direitos do povo Rohingya prometem acompanhar de perto a situação. "Muitos membros da minha família ainda estão em Myanmar, na província de Rakine, e temem por suas vidas. Esta decisão coloca um microscópio a observar toda a região e se identificamos o mais pequeno deslize que consideremos problemático, vamos fazer grande alarido", disse Yasmin Ullah, da Rede de Direitos Humanos dos Rohingya.

Os assassinatos, violência sexual e destruição de propriedade ocorreram, sobretudo, entre o final de 2016 e meados de 2017.

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