Passageiros frustrados com falta de reembolso de voos cancelados

Ser reembolsado pelos bilhetes de avião não utilizados devido ao cancelamento de voos por causa da Covid-19 parece ser uma missão impossível.
"Pagámos cerca de 2.600 euros e é muito frustrante porque não foi fácil economizar essa quantia para poder fazer viagens transatlânticas. Sentimo-nos muito frustrados com o facto da empresa não respeitar a legislação que prevê o reembolso em dinheiro para voos cancelados", disse Asmik Sardaryan, que vive na cidade canadiana de Vancouver e que viu cancelada a viagem numa companhia aérea europeia para Moscovo, (capital da Rússia), com o marido e os dois filhos.
A legislação da União Europeia prevê que o reembolso se faça no prazo de sete dias. As empresas podem propor um voucher para ser usado mais tarde, mas o cliente tem de concordar com essa opção, caso contrário o reembolso em dinheiro deve ser efetuado.
"A posição da Comissão Europeia é bastante clara, estão ao lado dos consumidores. Vi várias entrevistas da comissária europeia para os Transportes e teve sempre uma mensagem clara. O problema é a fiscalização, o papel dos governos. No meu caso, é o órgão nacional de fiscalização dos Países Baixos, que tem deixado a companhia KLM fugir às responsabilidades. Espero que a Comissão Europeia intensifique a sua ação e que haja consequências", afirmou Noémi Gombás, cliente da KLM.
Adina Vălean, comissária europeia para os Transportes, insiste que os governos da União Europeia precisam de fazer cumprir a lei: "Sei que alguns governos pediram à Comissão Europeia para que se mude a lei, mas não concordo que seja a solução acertada".
"As empresas poderão concentrar os seus esforços na forma de tornar os vouchers mais atraentes, para que passem a ser mais aceites, mas têm que respeitar o direito dos passageiros de serem reembolsados em dinheiro", acrescentou a comissária, em entrevista à euronews.
A reunião dos ministros dos Transportes, quarta-feira, centra-se num setor em risco de colapso financeiro.