Timmermans: "Há um sentido de urgência muito agudo" sobre o clima

Timmermans: "Há um sentido de urgência muito agudo" sobre o clima
Direitos de autor FRANCOIS LENOIR/AFP
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De  Isabel Marques da SilvaShona Murray
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As negociações sobre o orçamento da UE para os próximos sete anos, entre Conselho Europeu e eurodeputados, são encorajadoras disse à euronews Frans Timmermans, vice-presidente-executivo da Comissão Europeia.

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O Pacto Ecológico Europeu é um dos pilares para relançar a economia de forma sustentável, mas a pandemia de Covid-19 poderá colocar um travão na ambição da Comissão Europeia.

A saúde, o emprego, a segurança social e outras áreas politicas precisam de muitas verbas, mas o executivo europeu mantém o desígnio de chegar à neutralidade de emissões de gases poluentes em 2050.

As negociações sobre o orçamento da União Europeia para os próximos sete anos, entre Conselho Europeu e eurodeputados, são encorajadoras disse Frans Timmermans à euronews.

"Penso que existe, atualmente, um sentido de urgência muito agudo. E sinal disso é o facto de, nesta pandemia, quando se fala de recuperação, se dizer que não deverá ser gasto dinheiro em nada que vá contra os objetivos climáticos e que 37% das verbas devem ser usadas na política climática", explicou Timmermans, que supervisiona a pasta do Pacto Ecológico Europeu. 

Fundo de Transição Justa e tolerância com gás natural

Combustíveis fósseis tais como o carvão e petróleo devem ser, progressivamente, abandonados em nome de energias renováveis, mas tal exige avultados investimentos.

Os líderes da União Europeia alocaram ao Fundo de Transição Justa apenas 10 mil milhões de euros, um quarto do que foi pedido pela Comissão Europeia, mas tal não desanima Timmermans.

"Eu assumiria uma atitude mais positiva, porque a proposta inicial do Parlamento Europeu para o Fundo de Transição Justa era de cinco mil milhões de euros. O valor definido acaba por ser o dobro dessa proposta inicial. É claro que a Comissão adoraria ter 40 mil milhões de euros, mas tiveram de ser feitas opções em nome do compromisso”, afirmou Frans Timmermans.

O facto de alguns Estados-membros poderem receber apoios para o gás natural, algo muito criticado pelos ambientalistas, é visto como um mal menor.

“Alguns países vão precisar de um fase de transição para chegar aos objetivos, continuando a usar combustíveis fósseis. Por exemplo, se passarem do carvão para o gás natural durante essa fase intermédia já haverá alguns benefícios para o ambiente porque as emissões irão diminuir substancialmente. Portanto, excluir totalmente os combustíveis fósseis nesta fase é difícil. Penso que ajudará a fazer a transição se incluirmos o gás natural no conjunto de fontes energéticas", concluiu.

Uma nova meta para a redução das emissões poluentes até 2030 foi debatida na semana passada pelos chefe sde Estado e de governo, mas a decisão foi adiada para a cimeira da União Europeia em dezembro.

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