Claude Moniquet, especialista em terrorismo e informações secretas no ESISC, diz que o combate levado a cabo pelas autoridades deve ser mais abrangente.
O presidente francês, Emmanuel Macron, assinou, terça-feira, um livro de condolências na embaixada da Áustria, em Paris, enviando votos de pesar às famílias das vítimas do ataque terrorista em Viena.
Macron realçou que o ataque na capital austríaca, segunda-feira, tem muito em comum com vários ataques em França, nas últimas semanas.
"Tenho pensado no que Viena representa na história da Europa. É uma cidade de cultura e de emancipação, é mesmo a encarnação dos nossos valores. Penso que este ataque não tem nada de inocente, revela-nos a vontade dos nossos inimigos de atacar a Europa enquanto terra de liberdade, de cultura e de valores. Não vamos ceder em nada", disse Macron a jornalistas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enviou uma mensagem via Twitter condenando "o ataque desprezível nos termos mais fortes possíveis”.
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que o terrorismo islâmico é o pior inimigo da Europa e que a luta contra os seus autores e instigadores é comum a todos os países da União.
Desde o final de setembro, o terrorismo levado a cabo por muçulmanos extremistas abalou França, onde foram praticados três ataques contra civis, incluindo duas decapitações com recurso a facas.
No caso da Áustria morreram cinco pessoas, incluindo o atacante, vítimas de armas de fogo.
Atacar a raíz do problema
Claude Moniquet, especialista em terrorismo e informações secretas no ESISC, diz que o combate levado a cabo pelas autoridades deve ser mais abrangente.
"Infelizmente, foi já tarde que a Europa se deu conta de que não pode apenas fazer o que tem feito nos últimos anos, isto é, lutar contra o terrorismo praticado por grupos da facção radical do Islão, mas também deve atacar o problema na raíz, no sentido de combater a ideologia", disse o especialista.
"Durante demasiado tempo atacou-se, unicamente, o jihadismo praticado por grupos terroristas, mas ignorou-se o salafismo político", acrescentou.
Mas esse será, também, um debate intenso entre os líderes europeus porque nem todos defenderão a posição do presidente francês de criar leis mais duras para combater o que apelidou de "separatismo islâmico".