O político da oposição russa também exorta a União a rejeitar os resultados das eleições parlamentares russas, no próximo ano, se algum candidato for impedido de participar.
O opositor russo Alexei Navalny, vítima de uma tentativa de assassinato por envenenamento, pediu à União Europeia que sancione os oligarcas e não políticos ou militares russos.
Numa videoconferência com membros do Parlamento Europeu, sexta-feira, o principal rosto da oposição na Rússia disse que essa era a melhor maneira de atingir o presidente Vladimir Putin, que considera ter ordenado o ataque contra si.
"Não faz sentido sancionar coronéis ou generais que não viajam muito pelo mundo e que não têm muitos bens ou contas bancárias na Europa. A União Europeia deve direcionar as sanções contra o dinheiro e quem tem dinheiro são os oligarcas, não apenas velhos mas também os novos que estão mais próximos de Putin. Esses é que devem ser os verdadeiros alvos das sanções", afirmou Navalny.
A União Europeia sancionou, em outubro, vários altos funcionários russos e uma instituição, através do congelamento de bens e da proibição de emissões de vistos, como resposta ao envenenamento de Navalny com o agente químico Novichok, mas não havia oligarcas na lista.
“A principal razão para algumas pessoas não quererem incluir certos nomes nas listas é porque exigem provas concretas sobre a influência de uma pessoa na violação dos direitos humanos de outra pessoa", explico Urmas Paet, eurodeputado estónio que é um dos vice- presidentes da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros.
Condições para reconhecer o resultado das eleições
O político da oposição russa também exorta a União a rejeitar os resultados das eleições parlamentares russas, no próximo ano, se algum candidato for impedido de participar.
"Peço ao Parlamento Europeu e a todos os políticos europeus que tratem as próximas eleições russas de uma forma muito simples: se todos forem autorizados a participar podemos debater os resultados, mas se algumas pessoas não forem autorizadas a participar, o resultado não deverá ser reconhecido em caso algum", propôs Navalny.
O governo russo sempre negou ter levado a cabo a tentativa de envenenamento e alguns parlamentares russos até dizem que não passou de um embuste.
Mas peritos de países europeus confirmaram o uso do agente químico Novichok (desenvolvido na era da União Soviética e proibido pelos tratados internacionais atuais), que atinge o sistema nervoso central, depois de testarem Navalny quando estava em tratamento na Alemanha, para onde foi transferido em coma, vindo da Rússia.