Renasce esperança de acordo nuclear com o Irão

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União Europeia lidera a iniciativa que vai levar EUA e Irão à mesa das negociações

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A esperança regressa às negociações em torno do acordo nuclear com o Irão.

Os Estados Unidos voltaram à mesa das negociações após uma ausência de quase três anos durante a presidência de Donald Trump.

Mais uma vez, a União Europeia assumiu a iniciativa numa altura em que a Casa Branca está apostada em acelerar a recuperação da economia pós-pandemia.

"Joe Biden está concentrado na agenda económica a nível doméstico, no período pós-pandemia. A última coisa que quer é uma crise nuclear com o Irão. Por isso, creio que isto é uma prioridade para ela", afirma Barbara Slavin, diretora da Iniciativa Iraniana para o Conselho Atlântico.

Outro factor importante é que o presidente iraniano irá afastar-se dentro de dois meses e existe uma forte possibilidade de que opositores ao acordo possam vencer as eleições presidenciais previstas para junho.

No entanto, a crise económica dá mais urgência à negociação do fim das sanções.

"Trata-se de um acordo importante para o Irão e penso que transcende as várias fações. O líder supremo não mostrou muito entusiasmo mas apoia. Isso significa que a linha dura não vai poder colocar isso em causa. A questão é saber se ambos podem regressar à conformidade total antes das eleições iranianas. Pode ser apertado. Restam apenas poucos meses", adianta Slavin.

Tudo sugere que cabe de novo aos Estados Unidos a palavra final nas negociações. No entanto, o papel da China não deve ser ignorado. A razão pata tal é o acordo histórico de 400 mil milhões de dólares concluído com o Irão há duas semanas.

"Trata-se de um tapete vermelho para a diplomacia norte-americana. De facto, o papel de liderança é sempre atribuído aos Estados Unidos. Mas logo a seguir ocorre o elemento surpresa desta negociação. A China, através da sua força, conseguiu forçar o negociador iraniano a juntar-se a este encontro", afirma o consultor internacional e investigador associado sénior, Majid Golpour.

A União Europeia é o principal coordenador das negociações de Viena. A iniciativa das negociações nucleares com o Irão foi assumida pela diplomacia europeia há mais de duas décadas. O acordo assinado com o Irão em 2015 foi uma história de sucesso da diplomacia europeia.

"Estamos numa éspecie de mil folhas de negociações. De facto, a soberania estratégica de que a UE tanto gosta, está a ser testada. É a melhor altura para o chefe da diplomacia europeia Josep Borrell mostrar liderança não apenas quanto ao Plano de Ação Integral Conjunto mas também ao nível regional", acrescenta Golpour.

O próximo encontro da comissão do pacto nuclear está agendada para a próxima semana mas alcançar acordo permanece algo distante.

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