Primeiro-ministro esloveno confrontado por eurodeputados

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De  Euronews
Primeiro-ministro esloveno confrontado por eurodeputados
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O primeiro-ministro da Eslovénia enfrentou uma prova de fogo no Parlamento Europeu, esta terça-feira.

Janez Janša foi a Estrasburgo apresentar as prioridades políticas para a presidência do Conselho da União Europeia, mas os eurodeputados aproveitaram a ocasião para relembrar o que não devia esquecer. Estado de direito e liberdade de imprensa foram dois dos conceitos que mais ecoaram.

Muitos eurodeputados estão preocupados com as denúncias que chegam da Eslovénia sobre os ataques a que estão sujeitos os meios de comunicação e os juízes no país.

"Por favor, pare de assediar jornalistas e juízes. Pare de nomear os seus amigos políticos para as forças da policia. Comece por nomear um procurador europeu", disse o eurodeputado holandês Malik Azmani, do grupo Renovar a Europa.

A Eslovénia ainda não nomeou o representante para a nova Procuradoria-Geral Europeia que começou a investigar a utilização de fundos europeus para evitar a corrupção.

Alguns eurodeputados, como Malik Azmani, defendem o bloqueio de fundos se Liubliana não cumprir com o esperado: "A Comissão Europeia já aprovou as verbas do NextGeneration EU, mas também precisa de haver um debate no Conselho e eu e o meu grupo político diremos aos membros no Conselho para não libertarem os fundos enquanto não for nomeado um procurador."

Janša respondeu com a promessa de nomear um novo procurador no outono, mas denunciou a existência de dois pesos e duas medidas na União Europeia, atendendo a que alguns países nem sequer participam na Procuradoria-Geral Europeia: "Assim que este órgão estiver concluído, também gostaríamos de ver os nossos colegas da Dinamarca, Irlanda, Suécia, Polónia e Hungria juntarem-se a este mecanismo. Caso contrário, não é muito credível".

Sindicalistas eslovenos e opositores reforçaram a mensagem dos eurodeputados no exterior do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. Polémicas que estão a dar que falar, com impacto na imagem do país que estará à frente da União Europeia nos próximos seis meses.