Embaixador da Ucrânia falou sobre este assunto em entrevista à Euronews. Também apelou aos Estados-membros a ter coragem para fazer sacrifícios numa altura em que se discutem mais sanções contra a Rússia
Enquanto a União Europeia (UE) acerta agulhas sobre um novo pacote de sanções contra a Rússia - o sexto - a Ucrânia pede coragem aos Estados-membros, na hora de tomar decisões difíceis.
Em entrevista à Euronews, embaixador da Ucrânia junto da UE, Vsevolod Chentsov, também se mostrou confiante num futuro do país ao lado dos 27.
Efi Koutsokosta, Euronews - Há um sexto pacote de sanções da União Europeia que está a ser discutido e que inclui um embargo ao petróleo russo. No entanto, percebe-se que que a UE não o pode adotar porque há países, como a Hungria e a Eslováquia, que resistem. Está dececionado com esses países?
Vsevolod Chentsov, embaixador da Ucrânia junto da União Europeia - Sim, porque está em causa a nossa luta comum. Com isso, quero dizer, a luta comum da Ucrânia, da União Europeia e de outros parceiros contra a ditadura, contra o agressor. Pensamos que esta solidariedade - que se declara - deve ser transformada em ações. Mas, uma vez mais, esperamos que os decisores políticos na Hungria, em outros países, sejam humanos e compreendam o que é que se está a passar na Ucrânia. Eles próprios puderam perceber o nível de atrocidades cometidas nos arredores de Kiev e em outras cidades. Então, para parar a Rússia, penso que os Estados-membros da UE também devem estar prontos para fazer certos sacrifícios, incluindo sacrifícios económicos.
Efi Koutsokosta, Euronews - No que respeita às aspirações da Ucrânia em aderir à União Europeia, sabemos que o país já entregou o questionário pedido pela Comissão Europeia e que está a acompanhar o processo. Ouvimos também o presidente francês, Emmanuel Macron, falar sobre a criação de uma nova comunidade europeia para os países próximos da UE, em vez de uma adesão plena. O que pensa sobre isso?
Vsevolod Chentsov, embaixador da Ucrânia junto da União Europeia - Emmanuel Macron é presidente de um Estado-membro muito importante, que está à frente da presidência rotativa da União Europeia. Definitivamente, essas sugestões precisam ser estudadas com muito cuidado. Mas o que precisamos agora é conceder à Ucrânia o estatuto de país candidato, porque para nós é uma questão existencial, porque a Federação Russa questionou o direito do povo ucraniano existir, o direito do Estado ucraniano existir. Por isso, conceder o estatuto, para o nosso exército, para nosso povo, dará um impulso moral e psicológico muito sério. É uma espécie de reconhecimento da Ucrânia como um país europeu numa família de outros estados europeus.