Os líderes separatistas apoiados pelo regime russo dizem que planeiam realizar referendos nas zonas ocupadas do leste e sudeste da Ucrânia e Putin anunciou que iria reconhecer os resultados.
A União Europeia diz que o presidente russo, Vladimir Putin, não está interessado na paz e que o mais recente discurso é "mais um sinal do seu desespero".
Através do órgão executivo, o bloco reiterou o seu apoio à integridade territorial da Ucrânia, em resposta ao anúncio feito por Vladimir Putin, quarta-feira, de que tenciona apoiar a realização de referendos em quatro regiões da Ucrânia.
"Apoiamos a Ucrânia, apoiamos o seu direito legítimo a defender a nação, o povo e a integridade territorial do país dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas", disse Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia, quarta-feira, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
"Assim, qualquer que seja o resultado desta farsa dos referendos ilegais, estas regiões continuarão a fazer legalmente parte da Ucrânia. A Ucrânia tem todo o direito de fazer o que for necessário dentro dos limites do direito internacional para restaurar o controlo do Estado ucraniano legítimo nestes territórios", acrescentou Stano.
"Jogar com o direito internacional"
Os líderes separatistas apoiados pelo regime russo dizem que planeiam realizar referendos nas zonas ocupadas do leste e sudeste da Ucrânia e Putin anunciou que iria reconhecer os resultados.
É uma decisão que pode servir de prelúdio para a anexação e uma séria ameaça de escalada da guerra, segundo os analistas.
"A Rússia está a tentar jogar com o direito internacional, e argumentará que, após estes referendos fraudulentos, esses territórios se tornarão oficialmente parte da Rússia", explicou, à euronews, Bruno Lete, analista no centro de estudos The German Marshall Fund of the US.
"Logo, um ataque contra esses territórios russos pela Ucrânia seria, tecnicamente, um ataque à Rússia e isso, naturalmente, justificaria uma resposta mais forte da Rússia. Por outro lado, a Ucrânia não reconhecerá esses referendos e o Ocidente também não", concluiu Lete.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, também disse que o bloco "não terá nunca medo de apoiar a Ucrânia".
A Comissão Europeia diz que está a preparar uma resposta, provavelmente sob a forma de sanções adicionais.