Governo italiano pediu uma solução comunitária para a receção de requerentes de asilo e migrantes, durante a reunião do conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, segunda-feira, em Bruxelas.
O destino do Ocean Viking, embarcação que salva pessoas em apuros nas rotas migratórias irregulares, esteve na origem de um sério incidente diplomático.
O navio, que pertence a uma organização não governamental, viu recusada a atracagem num porto italiano e e foi redirecionado para a cidade francesa de Toulon, onde desembarcou as 230 pessoas.
O tema acabou na agenda da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, segunda-feira, em Bruxelas.
"Colocámos a questão da migração em cima da mesa, porque é um problema europeu. Não é um problema entre a Itália e a França, ou entre a Itália e a Alemanha. Tenho sido muito claro: tenho argumentado que, para nós, o problema tem de ser enfrentado e resolvido a nível comunitário", disse Antonio Tajani, ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, em conferência de imprensa.
O governo italiano, agora chefiado pela líder da extrema-direita Giorgia Meloni, pede um código de conduta para os navios de voluntários.
Grécia, Malta e Chipre juntaram-se ao executivo de Roma numa declaração conjunta que pede um "mecanismo eficaz, justo e permanente de partilha de encargos", a nível da UE, para a gestão de requerentes de asilo e migrantes que chegam por via marítima.
A lei internacional dita que pessoas em risco de naufrágio sejam levadas para o porto mais próximo do local de resgate.
Itália costuma estar nessa posição, dadas as rotas migratória com origem no Médio Oriente e Norte de África, mas negou o pedido do Ocean Viking. Uma decisão criticada pela Comissão Europeia e pelo governo francês.
"Denunciamos uma decisão unilateral, inaceitável, ineficaz e injusta, tomada pelo governo italiano, que necessita de uma resposta europeia", afirmou Olivier Véran, porta-voz do governo francês, num programa televisivo.
O governo francês suspendeu a participação num programa voluntário de relocalização de requerentes de asilo. Criado pela Comissão Europeia, o programa tem a participação de 18 Estados-membros e visa diminuir a pressão sobre os países da União mais próximos das rotas migratórias.
Entretanto, um telefonema entre os presidentes italiano e francês acalmou a crise bilateral.