A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, faz discurso anual sobre o estado da União, enquanto a sua administração faz o balanço de quatro anos de mandato antes das eleições europeias do próximo ano.
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia que a Comissão vai lançar uma investigação anti-subvenções sobre os veículos eléctricos provenientes da China. Ursula von der Leyenafirma que "os mercados globais estão agora inundados de carros chineses mais baratos" e que o preço destes veículos "é mantido artificialmente baixo por enormes subsídios estatais" e que isso "distorce o nosso mercado".
Todos os anos, em meados de setembro, o Presidente da Comissão Europeia dirige-se ao Parlamento Europeu, em sessão plenária, e faz uma antevisão das iniciativas legislativas previstas para os 12 meses seguintes.
A ocasião marca o início oficial do ano de trabalho da UE e coincide com a primeira sessão plenária após a pausa de verão.
Uma vez que o discurso será o último antes das próximas eleições parlamentares, espera-se que von der Leyen aproveite a oportunidade para mostrar as realizações políticas alcançadas durante o último ano.
O apoio financeiro e militar à Ucrânia, as sanções contra a Rússia, o julgamento de crimes de guerra, a economia, a ação climática, a regulamentação digital, a política industrial e os avanços na reforma da migração são alguns dos temas mais importantes do discurso, que tende a ser abrangente e a durar entre 45 minutos e uma hora.
O discurso também abordará o alargamento e a capacidade do bloco para acolher novos Estados-Membros.
Com as eleições à porta, von der Leyen evitará fazer grandes promessas que poderiam ficar bloqueadas durante a campanha política e nunca chegar à meta. No entanto, poderá dar uma ou duas pistas sobre vários dossiers que continuam na lista de tarefas da UE.
O principal deles: um projeto ainda por definir para utilizar as reservas imobilizadas do Banco Central russo para pagar a reconstrução da Ucrânia. Von der Leyen prometeu apresentar a proposta antes das férias de verão, mas esta nunca chegou.
O atraso não foi surpreendente: a ideia de gerir activos públicos pertencentes a outro país, protegidos pelo direito internacional, foi recebida com profundo ceticismo por especialistas financeiros, juristas e até pelo Banco Central Europeu, que receiam que possa facilmente sair pela culatra e desencadear turbulências no mercado.
Uma coisa que von der Leyen irá provavelmente omitir: o seu próprio futuro político.
A líder da Comissão tem-se mantido discreta quanto ao seu desejo de se candidatar à reeleição como candidata principal do Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita.
Acredita-se que Von der Leyen tem grandes hipóteses de conseguir um novo mandato de cinco anos, mas se o deseja ou não é, por enquanto, uma questão de conjetura.