A correspondente da Euronews em Paris, Sophia Khatsenkova, traz-lhe a análise da imprensa francesa à decisão de Macron de dissolver o parlamento.
A decisão de domingo do Presidente francês Emmanuel Macron de dissolver a Assembleia Nacional é “histórica e totalmente inesperada”, segundo a imprensa francesa.
É uma estratégia muito arriscada para Macron, de ganhar ou perder.
Recorde-de que o partido do Presidente francês, o Renaissance, perdeu a maioria parlamentar nas últimas eleições, em 2022.
Estas eleições antecipadas podem trazer ainda mais perdas para o partido de Macron.
A mudança pode ainda fazer de Jordan Bardella, o vencedor das eleições europeias de domingo, o novo primeiro-ministro de França, se a extrema-direita tiver bons resultados - levando ao que os franceses chamam de período de coabitação com o Presidente Macron.
Os analistas acreditam que esta pode ser uma jogada de Macron para forçar o tradicional partido de direita Les Républicains a forjar uma aliança com a sua coligação liberal.
Outros pensam que se trata de uma tática ainda mais maquiavélica: o Presidente poderá estar à espera que a extrema-direita chegue ao poder e se torne impopular antes das eleições presidenciais de 2027.
O líder francês apresentou estas eleições como uma escolha para os franceses: querem mesmo um governo de extrema-direita?