Garantir o cargo de secretário-geral da NATO exigiu todas as habilidades diplomáticas do primeiro-ministro dos Países Baixos. Mas conseguiu convencer os mais céticos, incluindo o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, a apoiar a sua candidatura.
O primeiro-ministro cessante dos Países Baixos, Mark Rutte, será o próximo secretário-geral da NATO. Os 32 membros da Aliança concordam que o neerlandês é a escolha certa para suceder a Jens Stoltenberg.
Na quinta-feira, o presidente da Roménia retirou-se da corrida para o cargo mais alto da aliança, deixando Rutte como o único candidato na corrida para liderar a maior organização militar do mundo a partir de outubro.
"Levou muito tempo. É um processo complicado, mas é uma honra que parece ter acontecido", afirmou Rutte, em declarações aos jornalistas em Haia, na quinta-feira, após a Roménia ter declarado apoio à sua candidatura e a retirada de Klaus Iohannis.
Garantir a nomeação ao cargo de secretário-geral da NATO exigiu todas as habilidades diplomáticas de Rutte. E requereu convencer os mais céticos, incluindo o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, a apoiar a sua candidatura.
A nomeação de Rutte pode ser selada numa reunião de embaixadores da NATO nos próximos dias ou quando o presidente dos EUA, Joe Biden, e os restantes líderes dos países aliados se reunirem para uma cimeira em Washington entre 9 e 11 de julho.
Quem é Mark Rutte?
Formado em história e ex-gerente de recursos humanos na multinacional Unilever, Rutte foi eleito primeiro-ministro dos Países Baixos pela primeira vez em outubro de 2010.
Enquanto primeiro-ministro, Rutte foi um forte defensor da Ucrânia e do direito do país se defender após a invasão da Rússia em 2022.
Sob a liderança de Rutte, os Países Baixos prometeram equipamento militar para Kiev, incluindo tanques Leopard e caças F-16.
Rutte chegou a admitir que a guerra no flanco oriental da Europa foi uma das razões que motivaram a sua candidatura para liderar a NATO.
A carreira política do primeiro-ministro dos Países Baixos não tem sido um mar de rosas. Foram alguns os escândalos que protagonizou à frente do governo neerlandês.
O seu terceiro governo de coligação renunciou no início de 2021 devido a um escândalo com benefícios estatais que foram retirados injustamente a milhares de famílias.
Alguns meses depois, Rutte provou ser um mestre da sobrevivência, liderando o Partido Popular pela Liberdade e Democracia à vitória nas eleições nacionais e formando a quarta e última coligação governamental.