Newsletter Boletim informativo Events Eventos Podcasts Vídeos Africanews
Loader
Encontra-nos
Publicidade

Portugal: médicos em greve por melhores salários e condições de trabalho

A greve convocada pela Federação Nacional dos Médicos, que teve início na terça-feira e se prolonga até à meia-noite de hoje (quarta-feira), obteve uma adesão de cerca de 70%.
A greve convocada pela Federação Nacional dos Médicos, que teve início na terça-feira e se prolonga até à meia-noite de hoje (quarta-feira), obteve uma adesão de cerca de 70%. Direitos de autor  EBU
Direitos de autor EBU
De Euronews, Lusa com EBU
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notícia Comentários
Partilhe esta notícia Close Button
Copiar/colar o link embed do vídeo: Copy to clipboard Copied

Os médicos em Portugal são dos mais mal pagos da União Europeia e as suas condições de trabalho têm-se degradado nas últimas duas décadas. Entre as reivindicações da classe estão a reposição do período normal de trabalho semanal de 35 horas e a atualização da grelha salarial.

PUBLICIDADE

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) calcula que a adesão à greve da classe, iniciada na terça-feira e que dura até à meia-noite de quarta-feira, seja de 75%.

"O balanço à adesão foi bastante elevado, portanto, ontem foi 70%, hoje estamos na ordem dos 80%, até houve uma adesão mais elevada em alguns locais, portanto, o balanço final destes dois dias é de 75%", disse à Lusa a presidente da FNAM.

Já o Ministério da Saúde dá conta de uma participação de 31,3% no primeiro dia de protesto, "entre as 26 Unidades Locais de Saúde (ULS) e Institutos Portugueses de Oncologia (IPO) já apurados". O Ministério acrescenta que "75,1% das consultas programadas para 23 de julho foram realizadas, enquanto ao nível das cirurgias foi praticada 50% da atividade programada".

Na região norte do país, registaram-se elevadas taxas de participação na greve. A FNAM adianta que a unidade local de saúde (ULS) do Alto Minho tem uma adesão de 100% e "nenhum médico está a trabalhar".

No Hospital de Viana do Castelo, o bloco central apresenta uma adesão de 100%, sendo que no serviço de medicina interna a participação é de 87%.

Esta quarta-feira, no Hospital de São João, no Porto, só há uma sala no bloco central a funcionar - serviços como estomatologia, dermatologia ou otorrinolaringologia tiveram uma adesão total. No Hospital de Santo António, também só funcionou uma sala no bloco central, além das urgências.

As unidades hospitalares de Vila Nova de Gaia, Penafiel e Amarante tiveram igualmente "bastante participação" na greve, de acordo com a Fnam.

Na região Centro, tal como na terça-feira, a adesão ronda de novo os 80% nos cuidados de saúde primários, sendo que Hospitais Universitários de Coimbra há "75% de encerramentos".

A FNAM refere ainda que, no sul, a adesão foi "significativa", não apresentando, contudo, dados concretos.

As reivindicações da FNAM incluem a reposição do horário normal de trabalho de 35 horas semanais e a atualização da tabela salarial, a inclusão dos médicos em formação na categoria de entrada da profissão médica e a reposição de 25 dias úteis de férias pagas por ano e mais cinco dias se forem gozadas fora da época alta.

Em Portugal, cerca de 1,6 milhões de pessoas não têm médico de família. Além disso, as urgências obstétricas e pediátricas estão frequentemente encerradas, obrigando as mulheres grávidas e as crianças a percorrer muitos quilómetros para terem acesso a cuidados de saúde. Os tempos de espera nas urgências gerais também são longos, devido à falta de médicos.

Os clínicos portugueses são dos mais mal pagos da União Europeia e as suas condições de trabalho têm-se deteriorado nas últimas duas décadas. Em consequência, muitos médicos estão a trocar o setor público pelo setor privado ou a emigrar.

Ir para os atalhos de acessibilidade
Partilhe esta notícia Comentários

Notícias relacionadas

Médicos britânicos em formação começam greve de cinco dias

Principal edifício governamental da Ucrânia em chamas: Rússia lança 823 ataques durante a noite

Esquerda e direita preparam novas moções de censura contra Ursula von der Leyen