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Gaza: Chefe da diplomacia da UE pede cessar-fogo para travar poliomielite

Palestinianos deslocados pela ofensiva aérea e terrestre israelita na Faixa de Gaza caminham ao lado de uma linha escura de esgotos que corre nas ruas da cidade de Khan Younis, no sul do país
Palestinianos deslocados pela ofensiva aérea e terrestre israelita na Faixa de Gaza caminham ao lado de uma linha escura de esgotos que corre nas ruas da cidade de Khan Younis, no sul do país Direitos de autor Jehad Alshrafi/Copyright 2023, The AP. All rights reserved
Direitos de autor Jehad Alshrafi/Copyright 2023, The AP. All rights reserved
De  Mared Gwyn JonesVídeo por Isabel Marques da Silva
Publicado a
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Artigo publicado originalmente em inglês

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, apelou, terça-feira, a um cessar-fogo humanitário imediato de três dias na Faixa de Gaza para permitir que a população seja vacinada contra o poliovírus, que se propaga rapidamente.

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"Apelo a um cessar-fogo humanitário imediato de três dias para permitir a vacinação pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) - independentemente de negociações mais alargadas. A nossa humanidade exige-o", Josep Borrell, num post na rede social X.

O poliovírus tipo 2 (cVDPV2) foi detetado pela primeira vez em amostras de esgotos em Gaza em julho e a 16 de agosto foi detectado o primeiro caso confirmado de poliomielite no enclave em 25 anos. Trata-se de um bebé de 10 meses não vacinado, que ficou paralisado, mas que se encontra em estado estável.

O poliovírus provoca uma doença, conhecida como poliomielite, que pode, em casos graves, levar a uma paralisia irreversível.

Os peritos em ajuda humanitária dizem que o reaparecimento da doença em Gaza se deve aos impactos devastadores da guerra, que interrompeu os programas de vacinação e danificou os sistemas de água e saneamento.

As pessoas não têm para onde ir e não há forma de encontrar segurança. O acesso aos recursos humanitários é muito limitado.
Louise Wateridge
Responsável de comunicação, UNRWA

A OMS apelou a todas as partes para que cessem as hostilidades e permitam a realização de campanhas de vacinação. Na segunda-feira, mais de 1,2 milhões de doses foram levadas para Gaza, de acordo com a ONU, Israel e as autoridades sanitárias de Gaza, com planos para vacinar mais de 640 mil crianças.

Operações humanitárias debilitadas pelas deslocações constantes

Mas a agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos, UNRWA, adverte que as ordens de deslocação das autoridades israelitas estão a perturbar gravemente as ordens humanitárias.

"As pessoas não têm para onde ir e não há forma de encontrar segurança. O acesso aos recursos humanitários é muito limitado, porque as operações humanitárias também estão a ser deslocadas no âmbito destas ordens de evacuação", afirmou Louise Wateridge, responsável sénior pela comunicação da UNRWA.

A ONG Human Rights Watch afirma que as ordens de deslocação em massa, bem como os ataques contínuos às infra-estruturas de cuidados de saúde e ao abastecimento de água, estão a inflamar o "surto de poliomielite potencialmente catastrófico" no enclave devastado pela guerra.

"A rápida propagação da poliomielite ameaça todas as crianças de Gaza, já enfraquecidas pela deslocação, privação e subnutrição", afirmou Borrell no seu comunicado.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE vão reunir-se, informalmente, em Bruxelas, na quinta-feira, e a resposta do bloco à guerra em Gaza será um dos pontos principais da agenda.

A UE tem vindo a apelar a uma pausa humanitária em Gaza desde março, mas o seu peso diplomático tem sido minado por profundas divergências entre as posições dos Estados-membros sobre o conflito.

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