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Organização judaica quer transformar edifício nazi em aviso contra o extremismo

Organização judaica quer transformar edifício nazi em aviso contra o extremismo
Organização judaica quer transformar edifício nazi em aviso contra o extremismo Direitos de autor Patrick Pleul/AP
Direitos de autor Patrick Pleul/AP
De  Kristina Jovanovski
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Uma organização judaica pediu para utilizar a casa de Joseph Goebbels, chefe da propaganda da Alemanha nazi, como um centro de educação sobre a forma como a propaganda conduziu ao Holocausto.

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Nos arredores de Berlim, há um edifício abandonado com um passado maléfico. A casa de Joseph Goebbels, responsável pela propaganda dos nazis, está coberta de arbustos e ervas daninhas. A cidade está tão desesperada por ter alguém que lhe tire o edifício das mãos, que é capaz de o dar, sem pedir nada em troca.

A Associação Judaica Europeia parece estar interessada, pretendendo transformar o edifício num centro de educação sobre a forma como a propaganda conduziu ao Holocausto.

Mas nem só de passado vivem as preocupações desta associação, que quer concentrar-se, também, na propaganda atual.

“Se, neste momento, não tratarmos com firmeza a questão do incitamento ao ódio e ao antissemitismo, encontrar-nos-emos de novo numa situação em que haverá governos, não só na Alemanha, mas também noutros países da Europa, que serão eleitos democraticamente, oficialmente, e as pessoas eleitas serão pessoas que odeiam os judeus, que odeiam as pessoas que são diferentes delas”, disse o rabino Menachem Margolin, presidente da Associação Judaica Europeia.

Associação procura financiamento

O estado do edifício já não tem segurança suficiente para permitir que pessoas entrem no seu interior. São necessárias várias obras de requalificação da estrutura, o que significa que é necessário dinheiro para transformá-lo no centro educativo ambicionado.

A Associação Judaica Europeia mostra-se disponível para assumir parte do financiamento, mas quer que o governo contribua.

“O projeto da Associação Judaica Europeia é, definitivamente meritório, mas a questão é o financiamento”, afirmou o senador das Finanças de Berlim, Stefan Evers, numa resposta enviada à Euronews. Evers acrescentou que também existem outras ofertas para o edifício mas o que está totalmente descartado é a entrega da estrutura a pessoas que a possam utilizar de indevidamente.

Há receios de que extremistas queiram apoderar-se do edifício para fins ideológicos.

A habitação situa-se perto de Berlim, no Estado de Brandeburgo, que tem eleições dentro de poucas semanas.

A uma viagem de 10 minutos de carro de distância, os cartazes de campanha do partido de extrema-direita, Alternativa para Alemanha (AfD), apelam às deportações. O partido teve o seu maior sucesso no fim de semana - ficou em primeiro lugar nas eleições regionais.

Um conselheiro municipal de Berlim, membro da comunidade judaica, diz que o contexto político atual exige que as pessoas compreendam como funciona a propaganda.

“Assistimos a um aumento dos movimentos antidemocráticos em todo o mundo e estes utilizam este tipo de propaganda para se tornarem mais fortes, para que as suas ideias se tornem dominantes e penso que é por isso que é muito importante aprender como funcionava a propaganda na altura, para que se possa compreender como funciona agora”, disse Daniel Eliasson, dos Verdes.

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