Um dia após a morte de, pelo menos, 12 migrantes uma nova embarcação de borracha foi vista a navegar nas mesmas águas. Autarca francês diz que “siutação não pode continuar”.
Nem um dia foi preciso após a tragédia, na terça-feira, no canal da Mancha para que um novo barco de borracha, lotado de migrates que esperavam conseguir chegar ao Reino Unido, tentasse atravessar as mesmas águas.
O problema das travessias ilegais não é de agora mas, para as autoridades francesas, não pode continuar. O presidente da câmara da cidade costeira francesa de Wimereux, Jean-Luc Dubaële, disse que é altura de os governos francês e britânico agirem.
Dubaële propôs que os países rompessem com o acordo de Le Touquet, um tratado assinado em 2003 que estabelecia controlos fronteiriços justapostos. “Vamos legalizar o processo e deixar os migrantes passarem para Inglaterra”, acrescentou.
O presidente da Câmara de Le Portel, Olivier Barbarin, também instou o governo britânico a tomar medidas.
“Ou o Reino Unido fecha completamente a sua fronteira, ou faz alguma coisa para tornar a travessia mais segura, porque não podemos continuar a expor a tal risco todos estes homens e mulheres amantes da liberdade que fugiram da guerra e cujo único desejo é chegar a Inglaterra", afirmou.
21 pessoas desaparecidas ao largo da costa italiana
Também na quarta-feira, a guarda costeira italiana resgatou sete homens de um barco que se estava a afundar ao largo da costa italiana.
Os sobreviventes disseram aos socorristas que o barco tinha saído da Líbia a 1 de setembro, segundo informaram as autoridades italianas em comunicado.
“Os sobreviventes disseram que estavam a bordo 28 pessoas, incluindo três menores, 21 das quais caíram ao mar devido às condições climatéricas adversas”, informou a guarda costeira italiana em comunicado.
A travessia da Líbia para Itália é uma das rotas de migração marítima mais utilizadas no mundo.
A 31 de agosto, uma organização não governamental alemã resgatou 289 pessoas em quatro operações em águas internacionais ao largo da costa da Líbia.
As autoridades italianas detiveram o navio Sea-Watch e multaram a ONG em 10 000 euros.
A Itália acusa a Sea-Watch de efetuar salvamentos sem autorização das autoridades líbias. A ONG contesta a alegação, afirmando que a autorização não é exigida pelo direito internacional.
O Mediterrâneo central é uma das rotas migratórias mais mortíferas do mundo. De acordo com a agência das Nações Unidas para as migrações, mais de 2500 migrantes morreram ou desapareceram ao tentar fazer a travessia no ano passado e 1047 este ano.